terça-feira, junho 07, 2005

Ops... no nosso caso a Revolução está sendo televisionada



Comunicado na Mídia Independente:
http://www.midiaindependente.org/en/blue/2005/06/318685.shtml

Notícias!!

Alunos da UEL farão passeata em protesto contra a falta de professores
Estudantes confirmam que faltam professores na UEL

Este é o nosso texto manifesto, e foi entregue para vários meios de comunicação.

Isensibilidade e desprezo pela academia

É com grande insatisfação que viemos a tal meio de comunicação nos manifestar a respeito do que denominamos uma crise no sistema universitário paranaense. O atual governo estadual, personificado na pessoa de Roberto Requião, consolidou, desde o início do seu mandato, uma política em relação à universidade que a degrada naquilo que é mais importante: a pesquisa e o ensino.
Com a desculpa de irregularidades nas atribuições de aula do corpo docente de algumas universidades estaduais, o governador suspendeu a contratação de professores estatutários (efetivos) em todo o Estado e, a partir de então, permitiu apenas a contratação de professores temporários. A tal tipo de descaso, soma-se a já difundida defasagem salarial dos professores universitários, cujo piso salarial atinge patamar inferior ao dos professores de segundo grau. O resultado é uma série de conseqüências irreversíveis para o ensino universitário. Como o contrato é temporário e sem estabilidade, docentes com mais experiência e com bagagem acima da média (geralmente os com doutoramento) preferem lecionar em universidades federais ou estaduais fora do Paraná (principalmente em São Paulo), já que os contratados temporariamente não podem iniciar pesquisa ou mesmo orientar alunos em trabalhos de conclusão de curso e em pesquisas. Além disso, quando a procura pelos concursos diminui, a possibilidade de aparecerem professores especialistas na disciplina que requer contratação se torna quase impossível. É bom lembrar que nem os docentes que estão se aposentando recebem, em seus lugares, substitutos efetivos. Fica óbvio que o nível do ensino cai drasticamente com essa situação.
Evidente que, se a situação abarca todo o Estado do Paraná, não é preciso dizer que na Universidade Estadual de Londrina o caos se espalha pela grande maioria dos cursos. Um exemplo é o 3º ano de Ciências Sociais, que ficou sem professor de uma das três disciplinas fundamentais do curso por quase um semestre (nesse momento será contratado o terceiro professor em apenas três meses de aula). Nesse momento fica a certeza de que o que se está fazendo com a educação superior é pior que o sucateamento. Formação de acadêmicos ou mesmo de profissionais em geral não é canteiro de obras, em que o chefe apenas delega funções à distância, preocupando-se apenas com o resultado que lhe é de interesse.
O deterioramento do ensino superior no caso particular da cidade de Londrina afeta vários setores da sociedade. Além das próprias conseqüências acadêmicas já descritas acima, proporciona malefícios em outras áreas, como na economia, na educação, e na saúde. É preciso a atenção da sociedade como um todo para a preservação de uma instituição tão contribuidora como a Universidade. Ela não resolve problemas de todas as ordens, mas só consegue fazer sua parte quando está estruturada, e, portanto, recebe um pouco de prioridade.

3º ano de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina
Notícia do Jornal de Londrina:
Universitários pedem professores
Os alunos querem a realização de concurso público e o fim de contratos temporários para docentes

Três meses sem aula e dois professores diferentes em menos de 60 dias; o professor atual está de saída. Essa é a situação da disciplina de ciência política do curso de ciências sociais, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Cansados do grande rodízio de professores e dos prejuízos acadêmicos que a situação provoca, os alunos fizeram um protesto.
Os alunos elaboraram um abaixo-assinado para apresentar à reitora Lygia Puppato e cobrar a realização de um concurso público para contratação de professores. O protesto dos alunos ganhou o calçadão da UEL e muitos deixaram as salas de aula para caminhar até o prédio da reitoria, onde planejavam entregar o documento com mais de 1,7 mil assinaturas.
A reitora Lygia Pupatto e o pró-reitor de Recursos Humanos, Rodne de Oliveira Lima, estavam em Curitiba. O documento foi recebido pelo pró-reitor de Graduação, Jairo Queiroz. “A abertura de concurso tem sido negociada com o governo do Estado”, limitou-se a dizer.
Os alunos reclamam que os docentes com contratos de um ano, prorrogáveis por mais 12 meses, não conseguem se envolver com o curso. “Muitos professores, por serem temporários, acabam procurando outros empregos. Quando acham, eles deixam a universidade”, argumentou o aluno do terceiro ano de Ciências Sociais, Leonardo Lucas da Silva Rodrigues.
O atual professor de ciência política, Aldo Duran, há dois meses na função, está deixando a UEL nesta quarta-feira, para assumir uma cadeira na Universidade Federal de Uberlândia (MG). “Não é nem uma questão de escolha pessoal. Aqui não tenho garantia de nada. Lá estou assumindo um emprego com estabilidade”, argumentou.
Ele também lembrou que os professores temporários têm menor remuneração e não são pagos por reposição de aula. Outro problema é que esses professores não podem ajudar na realização de trabalhos de pesquisa, extensão ou mesmo orientação de estudantes. “Todos estão de passagem. Não há formação de um corpo de professores”, completou Rodrigues.
O prejuízo para os alunos ocorre a cada vez que um professor é substituído. Os alunos e os professores destacam ainda que a matéria ciência política é uma das principais do curso e as deficiências refletem diretamente na formação. “Eles estão sendo muito prejudicados. A gente entra com o bonde andando e tem que começar do zero, porque muitos não absorveram nada ainda”, completou Duran. (esse Rodrigues ai sou eu, hehehehe)

Outros cursos

A situação não se limitaria ao curso de ciências sociais. Segundo informações da UEL, cerca de 200 dos mais de 1,6 mil docentes são temporários. De acordo com os alunos, desde o início do governo Roberto Requião (PMDB), em 2001, já passaram pela UEL 508 professores não concursados. O Departamento de Educação teria sido o mais atingido, com 32 docentes temporários.
A reportagem do JL tentou contato com o secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, mas ele não foi encontrado. Segundo informações da assessoria, o secretário esteve em reunião.

Eu estava sem câmera fotográfica, mas teve gente da minha sala que tirou algumas fotos. O mais breve possível estarei disponibilizando o máximo de fotos. Nós vamos continuar nos mobilizando.

2 comentários:

Tathiana Guimarães disse...

Grande manifestação en Leo !!!!
Estou orgulhosa da gente !!!!
Beijo grande

Tathiana Guimarães disse...

Caralho Leo, acabei de ver uma coisa que me deixou muto puta da cara. O Governador providenciou uma nova propaganda para derrubar nossa reivindicação. Diz que o governo contratou esse ano mais de 1.500 professores, e finaliza com o horripilante "Obrigada governo do Paraná"... Ninguém merece meu!!!
MElhor não usar esses meios para elaborar estratégias, afinal de contas LEonardo Domingues, seu nome esta em todas entrevistas !!!
Humor negro com uma boa pitada de cautela !!!