quinta-feira, maio 26, 2005

Réquiem para o blog


Olá pessoas, estou indo para Nhandeara, a minha terra querida, aquela que não é recanto dos pinheirais mas que tá valendo.
Não tenho muito o que dizer, estou aproveitando o feriado para atualizar, ou dar uma pseudoatualizada, neste blog. Na realidade nem estou com muito saco para escrever. Agora eu vou ter que arrumar minhas malas, já dei uma geral no carro e gastei uma graninha, tomara que o carro não caia em nenhum buraco.

Desejo a todos um feliz fim de semana, ótimo feriado! Pois é, eu nem sei sobre o que é este feriado, não sei o que estou comemorando. Brasileiro é assim mesmo. Viva! Viva! Viva o Papa Maledeto XVI ter falado em português!

segunda-feira, maio 23, 2005

A fantástica fabrica de ilusão


Olá caros amiguinhos que adoram perder preciosos minutos de suas vidas para lerem este falido blog. Bom, atualmente eu estou sem tempo para escrever ou copiar coisas que acho interessantes e dividi-las com vocês. Não quero dizer que irei abandonar o blog, isto não seria muito ético. Vou continuar, mas em ritmo mais lento.

Neste tempo estarei tentando entender mais de Html e essas coisas estranhas que estruturam as páginas da web. Não se esqueçam de mim, qualquer coisa é só mandarem sugestões. A idéia de fazer um blog em conjunto com várias pessoas ainda está no forno, não desisti dela.
Também quero informar às pessoas que assiduamente me viam no MSN que eu não estou conectando mais. Cortei a net a cabo, agora só estou na discada mesmo. As conexões agora só ocorrem depois da meia-noite (quando estou sem sono), ou nos fins de semana.

sábado, maio 14, 2005

Conversas sobre ambiente de trabalho em site gera sindicância na UEL

Médicos e residentes do Hospital Universitário (HU) de Londrina mostraram que têm preconceito, são racistas e intolerantes em conversas no site de relacionamentos Orkut.
As conversas foram descobertas por funcionários e agora o caso está sendo investigado pela Reitoria da Universidade Estadual de Londrina - UEL e até pela Polícia Federal.
Os funcionários do HU de Londrina ficaram decepcionados quando tomaram conhecimento do conteúdo das conversas entre médicos residentes na Internet. Participavam do grupo de conversar 150 médicos residentes, ex-residentes e alunos.
Nos textos, os funcionários foram chamados, entre outras coisas, de vermes. Os médicos usaram expressões racistas, e os funcionários não eram o único alvo. Até uma paciente foi ofendida. Uma das mensagens do grupo sugere a explosão do hospital.
As ofensas aos funcionários mobilizou a comunidade londrinense. Foi aberta uma sindicância na universidade, o caso está sendo investigado pelo Conselho Regional de Medicina, a Câmara de Vereadores vai emitir um documento de repúdio e a Polícia Federal também está apurando o que aconteceu e já sabe que o médico que deu origem ao grupo estudou na UEL e hoje trabalha em São Paulo.
Médicos que não participaram do grupo esperam a punição dos colegas e pedem desculpas, preocupados com a repercussão negativa, que não devia ser esperada pelos autores das declarações.
No fim da tarde de ontem, sexta-feira, um dos funcionários ofendidos decidiu que vai entrar na Justiça exigindo uma indenização por danos morais.
Veja o que falam os funcionários ofendidos na reportagem em vídeo


Texto: TudoParaná
Informações: TV Paraense



quinta-feira, maio 12, 2005

PsicoClockwork

Sem nada para postar, sem saco para escrever...coloco então um pequeno texto que escrevi com o Fernando. Uma análise do filme Laranja Mecânica com elementos de psicologia, mas sem deixar pitadas de crítica sociológica.

Discussão sobre o filme Laranja Mecânica à luz da Psicologia Comportamental

A discussão não remete apenas em fazer algum tipo de sinopse do filme, ela parte de alguns elementos colocados na obra cinematográfica que são de suma importância para compreendermos o Behaviorismo e analisarmos a sua relevância e eficácia em práticas de controle social. Estas são maneiras das quais nos condicionam (seja individualmente, ou coletivamente) a termos comportamentos socialmente concebidos sendo impostos de uma forma ideológica, cultural e opressora. Temos que nos portar de certa maneira, de modo que passemos por despercebidos pelos olhos minuciosos da coerção comportamental. Para a proteção das “anomalias” sociais subversivas o Estado conta com o monopólio do aparelho repressivo e a própria sociedade se encarrega, em alguns casos, de manter o controle social. O filme em questão é considerado um clássico por abordar estas questões universais e abrir um leque para várias leituras das mais distintas áreas.
O mais interessante é perceber que cada vez mais o homem quer vigiar (condicionar, dominar) o outro, visto que hoje estão disseminadas ações a fim de minimizar os direitos individuais (privacidade) e, se por lado estamos ficando cada vez mais individualistas, por outro estamos expondo toda nossa individualidade aos interesses do capital e da “segurança” mundial. Tornando o comportamento individual tão admirável como a face de Narciso.

O universo de Laranja Mecânica é atualíssimo, pois reflete a realidade de nossos centros urbanos repletos de gangues, cada qual com suas gírias, seus delitos violentos e o total desprezo por valores tradicionais. Respeito, solidariedade e cooperação não são as suas bandeiras. É uma realidade que reflete a ausência de controle sobre o comportamento dos jovens nos dias de hoje: as instituições sociais (família, igreja e escola) não os absorvem, deixando-os à mercê de suas orientações comportamentais primitivas, seus instintos mais agressivos e egoístas.
Numa de suas investidas, o bando comete um homicídio, o que leva o líder Alex para uma casa de detenção e, dali, para um programa de reeducação coordenado por um político astuto. O programa visa afastar o jovem de tudo aquilo que até então o excitava (sexo e violência) e consiste em obrigá-lo a assistir a cenas em que esses conteúdos estão presentes. A reação de Alex, ao invés de ser de alegria, é de profundo mal-estar, uma vez que os reeducadores o mantém sob o efeito de drogas que provocam náuseas e vômitos.
O fundamento desse programa é a teoria do condicionamento, elaborada pelo fisiologista russo I. Pavlov, no início do século XX, e desenvolvida mais tarde por J. B. Watson e B. Skinner, psicólogos norte-americanos que criaram o paradigma comportamentalista na Psicologia. Estímulos agradáveis (no caso de Alex, sexo e violência) são associados a respostas desagradáveis, como as que são induzidas no organismo do rapaz pelos fármacos. As imagens e a reação física associam-se de tal maneira que mais tarde, mesmo sem a ação das drogas, Alex irá sentir-se mal sempre que presenciar atos de conotação violenta e ou sexual.

Em Laranja Mecânica temos um excelente exemplo de como utilizar certos conhecimentos da Psicologia para o exercício do controle social. No filme, os cientistas reeducadores aplicam a punição que o espectador, de um modo geral, almeja desde os momentos iniciais do espetáculo. Talvez pudéssemos fazer o mesmo com todos os delinqüentes que assombram as noites das nossas cidades. Destruiríamos seu ímpeto agressivo e garantiríamos a tranqüilidade das famílias e dos mais fracos, preservando a ordem social. Esta seria uma visão reducionista de um problema social em que a origem se dá nas contradições entre as classes sociais e na relação trabalho X capital. Mas, de toda forma, ela não deixaria de ter um efeito imediato ao problema da violência urbana que tanto tira o sono da nossa classe média.
Alex passa a sentir náuseas também ao ouvir a Nona Sinfonia de Beethoven, música pela qual nutria verdadeira adoração. Por mero acaso, as cenas detestáveis que Alex foi obrigado a assistir durante o processo de condicionamento eram embaladas pela Nona de Beethoven. A repugnância física ficou associada não apenas a sexo violento e violência gratuita, mas também a um dos tesouros de nossa cultura.
O social queria o rapaz punido sim, mas recuperado, reintegrado à sociedade. Quem sabe ele poderia conhecer uma boa moça, casar-se, ter filhos, um emprego... Pois é esse o destino de Alex sugerido no livro que deu origem ao filme. O rapaz, que sobrevive ao atentado contra a própria vida e fica livre do condicionamento a que fora submetido, observa um casal de namorados e almeja ser como eles, um dia, ter uma vida normal. Podemos interpretar esse final como uma mensagem de Burguess sobre a história que nos conta: as atitudes de Alex e sua gang não passavam de loucuras da adolescência, agora superada. A Laranja Mecânica de Burguess seria portanto não uma crítica à desordem social que impede os jovens de terem melhor perspectiva de vida, mas uma história sobre a natural transição da adolescência para a maturidade.

Mas não é esse o final dado por Kubrick. O diretor interrompe a narrativa de Burguess no momento em que Alex, em recuperação no hospital, recebe a visita do político astucioso que comandou a experiência de condicionamento com o intuito de utilizá-la para fins eleitorais, como se fosse a solução para a violência imperante na sociedade. Dada a repercussão negativa do caso diante da opinião pública, o político propõe então que Alex aceite tornar-se seu garoto-propaganda. Abraçado ao político, o rapaz acena para os jornalistas, sorri de modo sarcástico enquanto tem um devaneio: imagina-se fazendo sexo com uma mulher em um cenário paradisíaco, cercado de nuvens tênues, emoldurado por gentlemens e ladies que o admiram. Percebe que está curado, mas seu sorriso hipócrita nos diz que no fundo ele continua o mesmo, capaz de cometer as mesmas atrocidades, apenas que agora o fará de modo a ser aceito nos ambientes mais sofisticados da sociedade.

Não dá para se afirmar que o destino do protagonista em questão dependeria tão-somente dos fatores condicionantes organizados em torno dele. Sua reeducação só se deu de uma forma aparente e falsa, nas suas concepções internas o jovem ainda acreditava nas mesmas coisas e tinha os mesmos sentimentos. No campo dos experimentos com animais podemos dizer que a psicologia comportamental é bem eficaz, no entanto, não há como afirmar a mesma coisa em meio à diversidade humana. Esta é uma forma de mutilar nossa alteridade e nossa criatividade, deixando-nos sem defesa e abrindo o caminho para a manutenção do controle na mão dos grupos detentores do poder.

Celsius 41.11

Olavo de Carvalho e seus comparsas estão vendendo o Dvd do filme Celsius 41.11 que é uma crítica ao filme de Michael Moore, Farenheit 9/11. O filme pode ser adquirido no site: www.midiasemmascara.com.br
O MÍDIA SEM MÁSCARA disponibiliza com exclusividade o filme Celsius 41.11 ao público brasileiro, convidando os leitores, independentemente de suas posições ideológicas, a comparar o conteúdo das duas obras, e saber porque nos EUA ainda é possível o embate de idéias e a existência de mais de uma versão para os fatos políticos, conceito que no Brasil, infelizmente, encontra-se esquecido.
O filme Celsius 41.11 está disponível em VHS e DVD com legendas em português, por apenas R$ 50,00 incluindo despesas postais. Para saber como reservar sua cópia, entre em contato com contato@midiasemmascara.org
O Mídia Sem Máscara é um misto de várias idéias defendidas pelo grande Olavinho. Conheçam Olavo, leiam seus textos e sintam ódio por ele.

terça-feira, maio 03, 2005

O Cucaracha mais brasileiro de todos


Iniciou sua carreira como cartunista, quadrinhista, foi colaborador de O Pasquim (1969). Em 1970 lançou a revista Os Fradinhos, seus personagens mais famosos e que possuem sua marca registrada: um desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros e que retratavam a situação nacional da época.

Cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde frequentou o Colégio Arnaldo da Ordem do Verbo Divino, um curso supletivo noturno e um curso superior de Sociologia, que abandonou depois de dois meses. Henfil morreu no Rio de Janeiro, em 04 de janeiro de 1988, com 43 anos. Era hemofílico e contraiu Aids através de uma transfusão de sangue.


O Banco do Brasil está fazendo uma exposição com os cartuns denúncia deste grande humorista. Apesar de não termos vivido e participado desta fase de protestos e lutas, de conquistas e perdas, ainda temos muito que apreender com personagens como este sincero cartunista. Os problemas observados e criticados por Henfil durante a década de 70 e 80 ainda persistem, as lutas e protestos, por um outro lado, nem tanto. Aqueles que ajudaram Henfil na luta de um Brasil com liberdade e justiça social nos anos 70 e 80, hoje, salvo algumas exceções, são os mesmos que expropriaram a classe trabalhadora de todas as conquistas históricas de longos anos de sangue e dor.

Henfil destilava um antiintelectualismo apimentado por uma xenofobia primária e disfarçado em preconceito contra o modismo cultural que realmente existia, ou existe:
"Esse pessoal é de moda, muda de filósofo, Marcuse, como quem muda de camisa. Muda de cantor como quem muda de cueca. Fica mudando porque não tem raiz nenhuma. Devido à formação estrangeira, vive de costas para o Brasil. O sonho deles é pegar uma bolsa de estudos para a Europa e ir passear ou trabalhar no Estados Unidos".
Bela questão para refletir a situação atual das ciências humanas.