sábado, junho 25, 2005

Sites legais



Venezuela garante espírito do Fórum; Chávez pode deixar país

Pedro Penso, um dos organizadores do FSM na Venezuela, fala da organização e das expectativas políticas do evento. O presidente Chávez já se ofereceu para sair do país na data do Fórum, caso se avalie que sua presença possa interferir na autonomia do evento.
Entre as três sedes do Fórum Social Mundial (FSM) 2006, que, pela primeira vez em formato policêntrico, ocorrerá simultaneamente no Paquistão (Ásia), Mali (África) e Venezuela (Américas), esta última deve se destacar tanto em termos organizativos quanto numéricos, já que o processo avança rapidamente sob a coordenação do Conselho Hemisférico, composto por representantes de toda a América Latina.

Encontro internacional debaterá crise e democracia no continente

Congresso Latinoamericano de Sociologia debaterá, em Porto Alegre, crise social e política do continente, reunindo nomes como Adolfo Sanchez Vasquez, Atílio Borón, Emir Sader, Ana Esther Ceseña, Marco Aurélio Garcia e Raul Zibechi. Crescimento dos movimentos sociais e necessidade de nova teoria crítica também compõem agenda de debates.

Gostou? Estas são algumas das notícias do excelente Agência Carta Maior http://agenciacartamaior.uol.com.br/index.asp



Chega de "Internetês"!

Participe da campanha Eu Sei Escrever

O Eu Sei Escrever é o site de uma campanha com o objetivo muito nobre que também é defendido por este blog: "reduzir a quantidade de erros propositais" escritos por internautas em bate-papos ou em programas de mensagens instantâneas, como substituir "aqui" por "aki" ou "não" por "naum". Vamos acabar com esse "internetês"!
Eu mesmo já sofri muito com essa patologia. http://www.euseiescrever.com.br/

Cinema


Além da imagem é o nome do blog de meu caro amigo Felipe. Como ele próprio diz: "Blog sobre cinema, escrito por um conhecedor e admirador da sétima arte." Um bog muito legal para se informar sobre as novidades do cinema. http://alemimagem.blogspot.com/
Para quem gosta de cinema surrealista e afins é uma boa leitura. Apesar do Lipe não gostar de Glauber Rocha, o que é uma pena. (sic)

sexta-feira, junho 24, 2005

Guess who is back...??

Adesão foi de 80% no Paraná
Governo afirma que participação chegou a 20%; estudantes “engordaram” movimento

Professores e estudantes das universidades estaduais do Paraná retomam atividades normais hoje depois de três dias de greve. “A paralisação foi suspensa, mas a mobilização continua”, declarou a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), Ana Estela Codato Silva.
Pela manhã, o comando geral da greve se reúne em Maringá para fazer um balanço da paralisação iniciada na última terça-feira e definir os novos rumos do movimento.
Ontem, no último dia de manifestação, docentes realizaram assembléias
nos campus enquanto os alunos mantinham as atividades de protesto em
apoio aos professores. Em todas as reuniões, a opinião recorrente foi de que a greve foi válida ao colocar em evidência a necessidade de reajuste salarial.
O comando de greve diz que a adesão aos três dias de paralisação atingiu quase 80% nas cinco universidades. “Apenas um ou outro professor que já tinha marcado prova antecipadamente é que entrou em sala de aula”, disse o professor de Comunicação da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Marcelo Bronoski.
Na UEL (Universidade Estadual de Londrina), tivemos a participação de praticamente 100% dos professores”, anunciou Inês Almeida, diretora do Sindicato dos Professores de Ensino Público de Londrina (Sindiprol).
A informação foi contestada pelo secretário secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi. Segundo ele, a greve
se restringiu às universidades de Londrina, Maringá e Cascavel, e mesmo assim, nessas três, a adesão foi de, em média, 20% dos professores. “Os estudantes participaram do movimento, o que deu a impressão de que ele foi maior. Mas quem não aderiu trabalhou normalmente e nas demais instituições não houve paralisação”, afirmou.

Novo protesto

Representantes das cinco instituições (UEL, UEPG, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Universidade Estadual do Oeste-Unioeste e Universidade Estadual do Centro-Oeste-Unicentro) se reunirão na sede do Sinteemar, em Maringá, hoje de manhã.
Os professores devem avaliar a hipótese de deflagrar uma greve por tempo indeterminado dentro de 37 dias. Uma decisão formal, no entanto, só deve ser tomada na semana que vem, após assembléias em cada universidade.
“Para cada propósito há um tempo e um modo”, pontuou o diretor do
Sindiprol, César Bessa, ao avaliar a possibilidade de uma greve geral
imediata.
Os docentes reivindicam reposição salarial, aprovação de um novo plano
de carreira e abertura de concurso público para suprir o déficit de
profissionais de ensino. Segundo Bessa, a categoria está aberta e
totalmente receptiva ao diálogo com o governo, mas “falta boa vontade”
da esfera estadual para negociar.
Para o secretário Aldair Rizzi, o reajuste pedido pelos professores é irreal. Os índices variam de 60% a 80%. O governador Roberto Requião determinou que os dias parados sejam descontados dos salários dos professores.
Andye Iore, Eduardo Biagini, Miguel Portela e Glória Galembeck/Jornal de Londrina

terça-feira, junho 21, 2005

Réquiem para Roberto Requião

É, hoje foi mais um dia de luta. Infelizmente não pude estar neste embate. Mas, deixo aqui o informe sobre tudo o que aconteceu, ou sobre tudo o que ouvi falar.
Esta foi mais uma batalha vencida pelos estudantes. O que se iniciou com uma passeata no calçadão da UEL hoje estampou as televisões de todo Paraná. Se falar com a reitora já foi uma vitória, imagina ficar cara a cara com o senhor feudal.
Requião é o Sumo Pontífice da fazenda a qual com muita prepotência chamamos de Paraná, um Estado dito laico e democrático, e que na verdade é apenas uma extensão do corpo de nosso Leviatã paranaense. Como diria Luis XIV "O Estado sou eu". Esta pode ser apenas uma das faces de nosso glorioso monarca. Não há como esquecer os episódios de campanha eleitoral, nos quais diariamente víamos, através de propagandas políticas, Requião dizer que subia no palanque com o Diabo, entre outras coisas.
Vai entender né? E teve muita gente que votou nele. E depois ele tenta se explicar e só complica mais, como no caso do episódio do Diabo: "O candidato do PMDB diz que sua fala foi retirada de uma conferência, quando citava um discurso de Winston Churchil que teria dito que se Hitler invadisse o inferno ele seria aliado do diabo". Humm...Churchil, Hitler, quem vê até se entusiasma com seu conhecimento.
Bom, sei que o papo tá bom, mas eu tenho que ser sucinto. Deixo abaixo algumas matérias que saíram na mídia, não posso dar muitos esclarecimentos sobre o caso, porque afinal, eu não estava lá. Porém, não é muito difícil de se imaginar o que aconteceu.
Imagine alguns estudantes com faixas, apitos e nariz de palhaço. Agora os coloque dentro de um evento feito para a Sociedade Rural, ou seja, um bando de latifundiários. Acrescente algumas autoridades ilustres (tipo prefeito e afins), pense que estas estavam lá para puxar o saco do governador, e não só isso, dar uma lambidinha para o imperador liberar uma verba para a cidade. Nesta cerimônia sórdida inclua o próprio causador de todas as tormentas, a transubstanciação da universidade em sucata, Roberto Requião*. E, somando a tudo isso, doses cavalares de intolerância e muita ira, e, bum! O governador explodiu de raiva!

*Caso não esteja entendendo como se processa esta transformação é só se lembrar da Rainha da Sucata, aquela novela boçal da Globo. Nela a protagonista, Maria do Carmo, configurava seus trabalhos com ferro-velho em grandes fortunas. Requião sucateia a universidade e embolça belos trocos das particulares. Só que este não é um negócio montado e articulado inteligentemente, é apenas fruto de canalização da insanidade do autoritário xerife do Paraná. No entanto, esta leve demência não pode servir de desculpa para uma breve contemplação, tal qual aquela do judeu de 2000 anos atrás: "Pai, perdoa-lhes, porque eles não sabem o que fazem". O nosso amigo pode não saber o que faz, mas nem por isso podemos perdoá-lo.
Fiquem com a mídia.

Requião se irrita com manifestação e ameaça suspender as negociações

"Eu vou dar mais uma oportunidade, ou acaba com esse silvo [barulho dos apitos dos estudantes que fizeram manifestação] ou nos próximos 30 dias eu não converso mais com a Secretaria de Ensino Superior sobre o reajuste do salário e a reestruturação das universidades. Mais um aviso e pagarão por 30 dias".
Foi desta maneira que o governador do estado, Roberto Requião, reagiu às manifestações dos alunos, realizadas nesta terça-feira (21) em Londrina, na paralisação de advertência de três dias dos professores das universidades estaduais do Paraná.
Durante toda a terça-feira, docentes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e instituições de Foz do Iguaçú e Umuarama fizeram manifestação exigindo reposição salarial. Os professores da Universidade Estadual de Maringá, que não haviam aderido à greve, em reunião nesta terça, resolveram por participar da paralisação.
Nesta quarta-feira (22) os sindicatos dos funcionários das universidades estaduais vão se reunir com a secretária de estado de Administração e Previdência, Maria Marta Lunardon, para apresentar as reivindicações. Segundo reportagem veiculada no Paraná TV, na reunião, a secretária vai mostrar o resultado de um estudo que corrige distorções salarias e de carreiras dos professores universitários. Mas, segundo o governo, antes disso não é possível aumentar os salários.
Nesta quarta a paralisação ainda permanece. Não haverá aulas nas instituições estaduais. Na sexta os professores retomam às aulas. Segundo Luiz Fernando Reis, professor e presidente do sindicato dos docentes da Unioeste, em Cascavel, "o governo terá que apresentar uma proposta até o final do primeiro semestre (julho). Caso contrário em agosto paramos de novo", afirmou.
Veja outros tópicos da matéria:



Sindicato da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) contesta nota oficial do Governo sobre mobilização nas Estaduais



Veja em vídeo a reação do governador Roberto Requião e como foi o dia nas universidades estaduais.




Governo divulga nota oficial sobre paralisação em universidades

Com a notícia da paralisação das atividades em cinco universidades estaduais, o governo do Paraná divulgou nesta segunda-feira a seguinte nota oficial:
O Governo do Paraná faz de tudo para corrigir os salários dos nossos professores, assim como para corrigir as irregularidades já detectadas pelo Tribunal de Contas na estrutura salarial das Universidades Estaduais.
Há uma grande diferença entre uma universidade e outra. E todas são unidades do Sistema Estadual de Ensino Superior do Estado do Paraná. Logo, tais disparidades não deveriam existir.
Os reitores e os professores sabem perfeitamente que uma equipe do Governo trabalha com extrema dedicação, já há algum tempo, tanto para corrigir as defasagens salariais quanto para estabelecer uma nova ordenação na remuneração dos nossos professores universitários.
Com os estudos que realiza, o Governo do Paraná eliminará de vez a verdadeira caixa-preta que existe nos gastos das nossas Universidades. A folha de pagamentos será rodada pelo Estado e a sociedade saberá o que ganha cada professor ou funcionário.
O Governo está indignado com a paralisação anunciada e comunica que descontará os dias sem trabalho dos professores e funcionários, assim como cortará o descanso remunerado; ou seja, serão cinco dias de desconto nos salários, três pela paralisação e dois pelo descanso remunerado.
Todos sabem perfeitamente que o Governo tem limitações orçamentárias e é preciso que se lembrem também que o terceiro grau é uma atividade precípua da União e não do Estado. Mas o Paraná é hoje a unidade federada que mais gasta com o ensino universitário no Brasil.
No entanto, o Estado não tem só as universidades e o salário do seu pessoal para adequar às possibilidades orçamentárias. Assim, o Governo do Paraná pretende, dentro das circunstâncias, corrigir no máximo do possível os salários dos professores e funcionários.
Não esqueçam, contudo, os grevistas de hoje, que existem outras categorias do funcionalismo público estadual com os salários defasados - não somente eles; e não esqueçam ainda que estamos tentando, desde o início do Governo, acertar esses descompassos e melhorar os vencimentos de todos os servidores, dentro do possível
”.

Professores trocam as salas de aula pelas ruas para protestar

A manhã desta terça-feira (21) foi atípica nas instituições estaduais do Paraná. Em vez das salas de aulas, os professores saíram às ruas reivindicando melhores condições de trabalho, realização de concurso público e reajuste salarial.
Em Cascavel, os docentes, alunos e funcionários da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) foram até a rua principal da cidade para informar à população os motivos da paralisação. Somente a reitoria e as clínicas de odontologia e fisioterapia funcionaram normalmente. Segundo informações do Paraná TV, os alunos estão sem aulas em doze disciplinas.
Na Universidade Estadual de Londrina (UEL), os professores fizeram nesta manhã uma assembléia pedindo mais autonomia para as instituições estaduais e reajuste salarial. Em Umuarama, cerca de 450 alunos ficaram sem aulas nesta terça. Em Foz do Iguaçu os professores exigiram contratação de novos docentes.
Na Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro), quase todos os professores aderiram à greve. Na Universidade Estadual de Maringá (UEM), a expectativa é que os docentes também façam a paralisação.
O secretário de Ciência e Técnologia, Aldair Rizzi, informou que considera a paralisação inapropriada e avisa que as negociações que já vinham acontecendo serão interrompidas. Além disse o secretário lembrou que os parados serão descontados.

Requião defende reestruturação do ensino superior (nota do site do governo)

O governador Roberto Requião silenciou nesta terça-feira (21) um protesto de 9 estudantes e funcionários da Universidade Estadual de Londrina (UEL) ao anunciar, em Londrina, a reestruturação que o Governo do Estado esta fazendo nas instituições de ensino superior.
“A reconstrução da dignidade do funcionalismo não pode ser feita do dia para noite após oito anos de descaso, porque temos limitações orçamentárias como as previstas pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Estamos corrigindo a disparidade de salários que existia dentro de uma mesma universidade e de uma para outra, em parceria com reitores e sindicatos”, afirmou.
O governador destacou a qualidade das instituições estaduais “comprovada com brilhantismo no provão” e ressaltou que a reestruturação trará mais transparência para a sociedade. “As greves são naturais numa democracia, mas não podem ser inconseqüentes, principalmente quando professores e funcionários sabem do esforço que o Governo do Estado está fazendo para readequar os salários, que serão publicados na internet assim como está sendo feito com todas as contas do governo”, disse.
Apesar do protesto ter o objetivo de atrapalhar a cerimônia de entrega de viveiros para reconstrução da mata ciliar em mais de 50 municipios, estudantes e funcionários ouviram o governador, que garantiu com firmeza que a reestruturação pretende, sobretudo, corrigir injustiças. “Sou governador de todas as categorias e não apenas daquelas que têm a capacidade de se mobilizar. Não será uma pressão localizada que me fará ceder, de forma populista e covarde, apesar de estar sempre disposto a trabalhar com justiça”, completou.

Professores da UEL entram em greve

Paralisação, que vai até quinta-feira, visa reajuste nos salários das universidades

Os professores da Universidade Estadual de Londrina (UEL) entram hoje em greve, que dura até a próxima quinta-feira. Além da UEL, a Universidade Estadual de Maringá (UEM) e a Unioeste, em Cascavel, também farão a paralisação nesses três dias. A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) fará mobilização entre hoje e quinta-feira, mas deve manter as atividades acadêmicas.
A greve será formalizada em votação durante assembléia dos docentes hoje, às 8h30, no Centro de Ciência Humanas (CCH). Os funcionários técnico-administrativos da UEL não vão aderir ao movimento.
O presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (Sindiprol), César Caggiano dos Santos, teve uma reunião ontem em Curitiba com o secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Aldair Tarcísio Rizzi. Dois representantes do Sinteemar, que representa os docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM), também participaram do encontro.
A reunião foi convocada pelo secretário e, de acordo com o diretor do Sindiprol, César Bessa, a pauta não havia sido adiantada. Dependendo do conteúdo do encontro, a greve poderia ser cancelada. Entretanto, segundo Caggiano, o secretário não apresentou nenhuma proposta nova. “Não houve avanços, o secretário colocou o que já havia sido proposto”, disse.
No último dia 13, reitores das instituições estaduais de ensino superior se reuniram com os secretários de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, de Administração e Previdência (Seap), Maria Marta Renner Weber Lunardon, e com representantes do Tribunal de Contas (TC) e do Ministério Público Estadual. Aquele encontro resultou numa proposta para ser encaminhada ao governador Roberto Requião, entre os quais a alteração dos percentuais interclasses da carreira docente, de maneira a proporcionar correção salarial diferenciada para professores assistentes, adjuntos e associados. Segundo Caggiano, como essa proposta não altera o piso salarial, não é entendida como uma proposta viável.
O orçamento 2005 do Estado destina R$ 30 milhões para pessoal e encargos de docentes das instituições estaduais de ensino superior. Segundo o presidente do Sindiprol, Rizzi não tocou nesta questão durante e reunião. Atualmente, a UEL tem 1,6 mil docentes, e o salário inicial é R$871,60.
Nota
A Agência Estadual de Notícias divulgou nota no final da tarde informando que descontará os dias sem trabalho dos professores e funcionários e os dias de descanso remunerado. Dessa forma, serão cinco dias de desconto nos salários, três pela paralisação e dois pelo descanso remunerado.

segunda-feira, junho 20, 2005

NAZI (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães)

Orkut
O chute na cara 5/6/2005 11:37 (Tirado da Comunidade Olavo de Carvalho)
"Sexta-feira saiu uma foto na capa do Globo mostrando um policial chutando a cara de um bandido que estava rendido deitado no chão.

Naturalmente o jornal, como qq outro desses comunistas disfarçados, estava mais preocupado com o bandido do que com as vítimas que ele fez.

No dia seguinte o jornal recebeu montanhas de críticas por parte de pessoas simples, com apenas os comunistas apoiando, sempre com aquela balela de direitos humanos e ONGs que nosso Olavo sempre nos lembra.

O que esses comunistas e defensores da bandidos precisam entender é que o policial estava chutando um bandido. Não era uma pessoa de bem. Como podemos recriminar um policial desse?

Eu mesmo tenho um filho que deu azar de ser pego por um policial enquanto fumava baseado. Ele apanhou e o policial, um bandido fardado, ainda cismou que queria prendê-lo. Tivemos de recorrer ao delegado que usando do bom senso, liberou me filho. O delegado, policial de boa fé -- como o que chutou o bandido --, entendeu que meu filho não era bandido. São coisas diferentes."

Pura contradição!
Este é apenas um exemplo de coisas que estão sendo disseminadas pelo Orkut. Não quero fazer nenhum discruso moralista, ou dizer o que é certo e errado, nem quero ser paternalista dizendo o que pode e o que não pode ser feito. No entanto, uma coisa é certa, a internet e toda a mídia moderna está sendo a mola propulsora do senso comum. A ideologia está "deitando e rolando" neste meio tão confuso e diverso. Precisamos pensar sobre essas problemáticas. Joseph Goebbels foi o chefe da Propaganda Nazista, e através desta que a intolerância ariana criou mecanismos para criar um sentimento de ódio e vingança. Era dele o seguinte princípio: Uma mentira dita cem vezes torna-se verdade.

Exarcebação Anti-semita

Um exemplar do livro Mein Kampf, de Adolf Hitler, foi vendido por 43 mil libras (cerca de R$ 172 mil) na casa de leilões Bloomsbury, em Londres.


O livro, de teor autobiográfico, está autografado por Hitler e fazia parte de um lote leiloado que incluía ainda uma fotografia dele – também assinada –, alguns de seus cartões pessoais de agradecimento e outros materiais de papelaria usados por integrantes da cúpula nazista.
Hitler escreveu o livro enquanto estava preso em Landsberg, na década de 20. Ele ficou cinco anos preso por sua participação numa tentativa de derrubar o governo em 1923 – dez anos antes de ele assumir o poder na Alemanha.

Na obra, cujo título se traduz em "Minha Luta", o líder nazista expressa as suas visões anti-semitas e os seus planos para a expansão alemã. O exemplar leiloado é um dos 500 impressos na primeira edição. A venda do livro é atualmente proibida na Alemanha.
A identidade do comprador não foi divulgada. Também, deve ser um excêntrico milionário. Pode ser até um brasileiro ariano, um puro sangue. Quanta palhaçada! Mas não podemos nos esquecer que aqui estiveram vários nazistas, não só os metidos a nazistas, como os integralistas, mas também membros do governo nazista. Além de Josef Mengele, que teria se afogado em 1979 em São Paulo, outros quatro criminosos nazistas viveram no Brasil: Gustav Wagner, Franz Stangl, Herbert Cockurs e o capitão da SS Eduard Roschmann. Do grupo, apenas Stangl, comandante dos tenebrosos campos de Treblinka e Sobibor, na Polônia, foi extraditado para a Alemanha, depois de localizado no Brasil, tendo sido condenado à prisão perpétua em 1967.

sexta-feira, junho 17, 2005

LULA E OS 40 MIL DA DASLU

A Carta Capital vai suprir a minha carente oferta de palavras. Não está fácil. Entre esses dias foi tanta correria que mal posso pensar em algo para escrever neste blog. Um outro problema também é o fato de que eu não tenho mais conexão via cabo. Ficar acordado até as tantas é um prazer pra mim, mas ultimamente não tem rendido muitos frutos. No entanto, pela motivação de algumas pessoas da sala, e também, pelo interesse intelectual delas em escrever e desenvolver problemáticas contemporâneas, eu vejo que auxílio e vontade são coisas que não vão faltar. Ao pensar nisso resolvi criar um outro espaço mais amplo e dinâmico, com mais discussões e mais novidades. É claro que isso não vai ser desenvolvido imediatamente, até porque eu não conheço muito bem o mundo do html. Mas, o importante é que agora eu acho que a coisa vai (rsrsrs), e, se ela for mesmo, vai ser muito massa. Eu, o André e a Tathi estamos envolvidos nisso, quem mais se interessar entre em contato. E, sem mais delongas, vamos para o texto de Mino Carta: (uma pequena observação, eu tirei algumas partes do texto por achar altamente contemplativo a nova política do Lula, mas de resto está tudo beleza. Estou meio sem tempo para colocar outras coisas. Coloco este texto por falta de assunto mesmo. As fotos foram escolhidas e montadas por sugestão pessoal.)

A denúncia do mensalão é detalhe do jogo sujo de sempre. Resta saber, de fato, se o governo esteve à altura das esperanças que o elegeram. E se democracia e regime presidencial são viáveis neste Brasil ainda medieval

por Mino Carta

Políticos, jornalistas, freqüentadores de bares finos, e nem tanto, usam larga e desabridamente a palavra governabilidade. Em relação a ela, sacerdotes do castiço manifestam dúvidas. Proponho outra, não sem ousadia: viabilidade. Soa-me adequada, nesta hora incerta.
Viabilidade do sistema político. Do sistema de poder. Do próprio sistema de vida do povo brasileiro, entendido na sua totalidade, sem distinções socioeconômicas.
E lá vem o enredo embolorado do mensalão. Haverá de cair o nosso queixo? Teremos de escancarar os olhos como vilões de cinema mudo? Desde que provado, e ainda cabe fazê-lo, o mensalão é tão natural na vida parlamentar verde-amarela quanto a morte do ser humano. Fernando Henrique Cardoso, príncipe do lugar-comum, diria que o buraco é mais embaixo.

Não menos vezeira a hipocrisia de quem é mestre no assunto, e finge a primazia ética, quando não a santidade. O que está em jogo é, de verdade, a repetição do entrecho, condimentado pela má-fé e pelo ardil, pelo golpe baixo e a punhalada nas costas. E a cada novo ato da peça infindável, tragicomédia creio eu, o Brasil afunda.
Donde, o dilema. É viável a pretensão democrática em um país tão desigual, vice-campeão mundial em má distribuição de renda? É viável o presidencialismo se, em lugar de partidos, há clubes, e a polarização do debate em torno de um consistente projeto de progresso e bem-estar geral é substituída pela ambição do poder pelo poder?

Em 1961 foi tentada a solução parlamentarista, como sabemos (ou não lembramos?), imposta de cima para baixo, igual a tantas coisas mais, e foi o desastre. Mas seria hoje também, nas circunstâncias. Nelas, não há sistema de governo que resista.
É viável a justa, salutar aspiração à igualdade em um país em que a mídia se empenha, com raríssimas exceções, a vender ilusões e a manipular consciências? É viável a maioridade da nação enquanto a sua elite imita os emires e, a enfrentar a criminalidade crescente, contrata pistoleiros e dobermans, e ergue muralhas em torno das suas vivendas, inspiradas, eventualmente, na casa de Branca de Neve ou de Scarlett O’Hara?

E é viável a esperança em um futuro melhor se a chamada elite exaspera a predação e atira ao lixo o patrimônio Brasil? Recordo 1989 quando o então presidente da Fiesp, Mario Amato, vaticinava o êxodo de 800 mil brasileiros, caso Lula ganhasse a eleição contra Fernando Collor.
Este levou, obviamente. Não tenho dúvidas de que na vanguarda da fuga estariam os 40 mil cadastrados na Daslu, o templo da moda instalado às margens do rio Pinheiros e invejado em Paris, Londres, Milão. Permito-me achar, contudo, que o Brasil ganharia muito se a profecia de Amato se realizasse.

Confrontado com o exorbitante mandato de FHC, o de Lula é de muitos ângulos melhor, segundo analistas respeitáveis. Nem por isso, deu-se a mudança. O começo da mudança. E o Brasil consolida-se como a república do mercado financeiro. Como a democracia dos 40 mil da Daslu.

domingo, junho 12, 2005

Um copo de guaraná, duas xícaras de sono e sete pitadas de passado


Foto do Rio de Janeiro

Queria escrever sobre tudo que ocorreu nesta semana, mas o sono não está deixando. Foi muito legal ter participado da manifestação pedindo a realização de concurso público para contratação de professores. Fiquei emocionado em ouvir, nesta sexta-feira, o professor Ary falar no Assembléia dos professores da UEL sobre o nosso movimento. Ninguém acreditava, e, no entanto, todo viu que alcançamos patamares nunca pensados. O governador Requião ficou sabendo do barulho que fizemos em Londrina e parece que no final do ano ele vai abrir concurso público. Enquanto isso não ocorre, estaremos lapidando nossas idéias e argumentações a fim de organizarmos algo maior, com mais representatividade e força. Parece mentira, mas alguns alunos descontentes fizeram um puta barulho com cobertura da mídia e deu no que deu.
Fora isso tudo, eu ainda ganhei uma cesta de café da manhã na rifa de formatura da minha sala. Será que é um sinal divino? Uma intervenção divina? As coisas estão melhorando? Acho que não.

DISCUSSÃO TEMÁTICA: ASSENTAMENTOS (eu e o Fernando fizemos este trabalho no ano passado)

“o espaço é como ar que se respira. Sabemos que sem o ar morremos, mas não vemos nem sentimos a atmosfera que nos nutre de força e vida”
Roberto DaMatta

Esta análise tem o intuito de averiguar se o objeto Vila Marízia, na condição de assentamento, possui coerência frente às teorias relacionadas ao tema. A termologia assentamento será aproximada do conceito de favela, pois, utilizando-se da perspectiva de Leeds evidencia-se que, favela caracteriza-se por ser um terreno invadido a princípio ilegal. Tal perspectiva é compreendida na seguinte citação: “o único critério uniforme que distingue as áreas invadidas dos outros tipos de moradias da cidade é o fato de constituírem uma ocupação ‘ilegal’ da terra, já que sua ocupação não se baseia nem na propriedade da terra nem em seu aluguel aos proprietários legais”. (p.22).
A fim de compreender o micro universo referente ao termo favela, deve-se ter como cerne à não aleatoriedade do fato em si. Sendo o arranjo espacial construído coletivamente, não é possível justificar a natureza do problema utilizando-se de perspectivas eufemisticas que acabam por naturalizar e eternizar o problema. Concepções como as de William Mangin e de John Turner ilustram tal abordagem. Estes caracterizam a favela como uma solução e não como um problema, salientando sua funcionabilidade, envolvendo aspectos tais como: localização, isenção de aluguel, economia de gastos com transporte, criatividade arquitetônica, localidade bucólica e etc. Ainda a aqueles que especulam sobre a inserção de conceitos como o de verticalização sendo uma solução para o problema de super população nas periferias.
Contrapondo-se a tais ilusões teóricas, e, desta forma, assumindo as favelas como problema, deve-se determinar a origem das mesmas. Podemos dizer que o capitalismo criou uma espécie de fator propicio para o gênese das favelas.No Brasil a industrialização se deu de forma paulatina frente ao resto do paises desenvolvidos. Esta razão fundamenta-se por diversos fatores históricos estruturais dos quais não vamos nos ater no trabalho.
Já em Londrina o fator preponderante para formação de favelas, não foi decorrente ao processo de industrialização, pois a região é considerada pólo agrícola e grande prestadora de serviços.
As favelas de Londrina tem sua origem majoritariamente relacionada ao êxodo rural. As principais causas que demonstram essa evasão rural foram: a depredação continua e indiscriminada dos recursos naturais, o esgotamento das terras virgens ou cultiváveis, as intensas geadas e a gradativa mudança do uso do solo por meio da automação. Contudo não podemos deixar de analisar o fator onírico das melhorias de vida tão fantasiadas pelo imaginário urbano quanto a vinda as cidades. Estes fatores modificaram profundamente as relações de produção e de trabalho no meio agrícola.
A favela Vila Marízia está localizada a margem do Córrego Bom Retiro. Apesar de não haver documentação precisa sobre a origem exata, pode-se afirmar que tal espaço teve seu reconhecimento devido ao seu crescimento na década de 70. Nesta década a favela foi ocupada por poucas famílias, sendo que, a maioria destas eram trabalhadores de um frigorífico instalado nas redondezas.
Seguindo informações da COHAB, o espaço era propriedade do poder público e parte de alguns particulares. Tratando-se de uma invasão, é importante analisar que ocorreu um processo de apropriação. Este, foi mediado pelos primeiros moradores, configurando os mesmos como proprietários de tal apropriação. Esta conduta simplesmente reflete a hegemonia da lógica capitalista frente a qualquer outra possibilidade quanto à abordagem de determinada propriedade. Cabe a ressalva que a legitimidade desta apropriação se dá a princípio, unicamente pela força dos invasores. Tal concepção é ilustrada pela lógica de consumo destas propriedades, onde o preço do barraco em si ou até mesmo sua localidade é desprezível frente à condição de proprietário. Que se torna tão superior devido ao ambiente inóspito que o cerca. Desta forma, a garantia de posse concedida aos velhos moradores pelos novos, consolida um sistema onde a concessão do direito à propriedade é retirada da mão do Estado para residir-se na mão de particulares. Portanto, ocorre à substituição do poder coercitivo do Estado manifestado na figura “performática” da força policial. Contudo, não é possível afirmar que haja a formação de um poder paralelo, pois tomando o sistema capitalista como hegemônico não podemos desvincular realidades do mesmo.
Percebe-se que a localidade espacial da Vila Marízia configura-se como importante ícone geográfico a fim de demonstrar as grandes contradições do sistema capitalista. Sua proximidade com o Centro ilustra um interessante paradoxo entre o legitimado, estético, organizado e respeitável versus o clandestino, rudimentar, desconexo e intolerável. Entretanto, ambos fazem parte do mesmo sistema. Sistema este absoluto, redutor de toda forma de pensamento ao uma logística que prega o ímpeto acumulativo. Poderíamos tecer inúmeras falas sobre esse tema, utilizando-nos unicamente do discurso do líder da comunidade. Contudo, divagações quanto à hegemonia do sistema cultural capitalista, mesmo sendo importante para o arranjo espacial encontrado em Vila Marízia, não nos cabe analisar, pois, estaríamos expandindo em última instância a proposta objetiva deste trabalho.


Considerações finais sobre a temática escolhida

Podemos concluir que a Vila Marízia, em termos gerais, ajusta-se as características fundamentais do conceito de favela. Tal conclusão tem sua importância, pois, mesmo que consolidado no imaginário urbano tal localidade como sendo uma favela, é necessário, aos pesquisadores sociais, analisar o objeto em si, separando o mesmo das toxidades ideológicas do pensamento coletivo.
Em termos leigos, uma moradia precária pode ser tida como uma favela. Contudo, como anteriormente explicitado, não é esse o fator que a qualifica como tal. A essência do conceito favela é o da invasão. Uma afronta ao cerne do fator utilitário do Estado moderno, que seria o de acima de tudo garantir a propriedade privada. Tais argumentos ideológicos, como a de garantir o direito a vida perdem seu referencial de acordo com a realidade, no instante em que se constata pessoas sofrendo de inúmeros males, esquecidos pelo Estado, quando este deve atender principalmente aos interesses dos grandes proprietários.

Bibliografia:

ABREU, M. A. Reconstruindo uma história esquecida: origem e expansão inicial das favelas do Rio de Janeiro. In: Espaço e Debates. Vol 14. n 37. 1994.
LEFEBVRE, H. Direito à Cidade.Centauro Editora. Segunda Edição. 2001
LIRA, J.T.C. A romantização e a erradicação do mocambo, ou de como a casa popular ganha nome. Recife, década de 1930. In: Espaço e Debates. Vol 14. n 37. 1994.
OGAMA, M. A. G. Favela Vila Marízia: sua população e seus problemas. UEL. 1993.
VALLADARES, L. P. Repensando a habitação no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar. Segunda Edição. 1982.
TASCHNER, S. P.; MAUTNER, Y. Habitação da Pobreza: Alternativas de Moradia Popular em São Paulo. São Paulo: FAUUSP. 1982.

RELATÓRIO DO TRABALHO DE CAMPO 06/11/2004

Leonardo de Lucas Domingues
Fernando Barreto

Saímos da antiga Estação de trem de Londrina, o atual Museu Histórico de Londrina por volta das 8 da manhã. O primeiro lugar que fomos visitar foi a Vila Marízia. Lá nos deparamos com algumas moradias precárias que se encontram no local. Houve uma breve discussão a cerca dos assentamentos irregulares, sobre os locais onde a sua localização é mais freqüente e sobre as relações sociais que giram em torno desta realidade. A região da Vila Marízia fica bem próxima da área central da cidade, ela fica perto da avenida Brasília, e também próxima à avenida Dez de dezembro.
Lá existem casas de alvenaria, que eram antigos barracos e que também possuem rede de esgoto e elétrica. Mas, ainda existem alguns barracos que estão sendo alojados em outros pontos da cidade, como o próprio líder local nos contou. Este mesmo chefe de bairro nos contou muito sobre a realidade local, e também contou estórias de sua vida. Mostrava-se muito envolvido com as causas locais e também disse ser muito respeitado por onde ele andava. Estava ao lado de um carro velho que dizia ser seu modo de locomoção. Por seu discurso fica no ar algum questionamento que poderíamos fazer sobre a existência de um código civil interno dentro da comunidade. A ausência do poder público o coloca encorajado a transgredir leis dos códigos sociais da cidade como: não portar documento do carro, nem carteira de motorista e também andar armado. Outra evidência do descaso público são as constantes mortes no fundo de vale que se encontra em frente às moradias.
Outras pessoas da comunidade fizeram questionamentos quanto a administração do atual prefeito e a grande maioria preferia a gestão do antigo prefeito Belinati. Alguns disseram que Belinati foi o único candidato que visitou a região no processo eleitoral. A abordagem singular que ele tem quanto às comunidades mais pobres da cidade mostra o seu favorecimento quanto aos outros candidatos, e também uma série de outros fatores que não se faz necessário uma explanação mais detalhada. Mas, um fato inegável é a “onipresença” de Belinati por quase todos os bairros mais carentes que visitamos.
Logo depois de visitarmos a Vila Marízia fomos à região que é popularmente conhecida por Cinco Conjuntos. Paramos num ponto onde dava para ver a verticalização do centro da cidade e também a distância dele para os conjuntos habitacionais.
A região é muito extensa e populosa, lá moram cerca de 100 mil habitantes. Apesar de serem conjuntos habitacionais, as casas não apresentam uma padronização. Com o passar do tempo todas as casas foram modificando sua estrutura. Foi construída na gestão de Antônio Belinati, e fica a oito quilômetros do centro da cidade. Para ser efetuada necessitou-se do estabelecimento de uma estrutura local para poder abrigar todas estas pessoas. Foram construídas vias de transporte, indústrias para a mão de obra local, rede elétrica e formou-se ali um sub-centro. Dentre o Centro e os Cinco conjuntos ficou uma faixa inabitada, com chácaras e terrenos vazios. Estes espaços foram se valorizando conforme o desenvolvimento da cidade, hoje já há uma grande procura por esses lotes e a área se encontra bem povoada. Prosseguindo a viajem, demos uma volta na região pela avenida Saul Elkind. Lá existem quase todas as lojas da região central da cidade.
A próxima parada foi o Jardim São Jorge (também na região norte). Ele se encontra bem distante do centro da cidade (o caminho para chegar até foi feito em estrada de terra). A região era da CODEL, Companhia de Desenvolvimento de Londrina e foi ocupada pelos atuais moradores. O jardim é considerado um assentamento urbano, termo que foi criado pelo prefeito Antônio Belinati como uma forma de conquistar votos da população assentada. As famílias que lá se encontram foram retiradas de áreas consideradas ilegais de ocupação, ou por outros motivos. Atualmente o bairro foi asfaltado e tem rede elétrica, está longe das condições precárias que se encontrava quando foi constituído.
Ao lado do Jardim São Jorge encontra-se uma ocupação recente que não é no terreno da prefeitura, e sim num terreno particular. A comunidade que está sendo formada neste terreno está crescendo num ritmo bastante acelerado e desordenado. As moradias são barracos e não casas populares como no caso da maioria das habitações do jardim São Jorge.
Como foi debatido no local e ressaltado pelo professor Willian. Favelas e assentamentos urbanos são formas de construção do espaço urbano que não seguem as lógicas das empresas capitalistas de incorporação imobiliária. Portanto, ela é uma forma de resistência à opressão e uma tentativa de reverter a lógica da propriedade privada, que é o bem máximo do modo capitalista de produção, não se adequando a lógica especulativa do mercado imobiliário.
Logo depois de visitarmos o jardim São Jorge fomos em direção a região sul, que é completamente distinta da região norte. Pelo caminho paramos no lago Igapó e também observamos que a verticalização no local é bem intensa. Mas isso só se deve, como foi discutido, pela presença de uma estrutura de consumo para a classe média alta na região. O estabelecimento de centros de compras e de áreas de laser foi fundamental para a valorização dos lotes perto do lago. Foi também discutida a relação da natureza no espaço urbano. Antigamente a natureza era considerada inóspita e selvagem, por isso era necessário “limpar” a área verde para construir. Hoje ela é tratada como um benefício ao desenvolvimento humano, como um laser paisagístico de uma natureza “montada” para atender a qualidade de vida.
Perto do lago encontram-se também algumas residências da classe média alta, uma das margens do lago 1 é tomada por essas casas. De lá esses moradores aproveitam o benefício de desfrutar as qualidades do lago.
Logo após esta discussão, fomos a região onde se encontram os condomínios fechados. Eles ficam localizados perto do Shopping Catuaí, e como os conjuntos habitacionais da zona norte, ficam afastados da região central.
O shopping foi montado também na gestão de Belinati, e ele movimenta uma circulação muito grande de mercadorias e de pessoas de toda região do norte do Paraná. Ele forma um não-espaço, uma representação de um espaço. Os shoppings atuais têm variadas formas de representação da vida urbana, dentro de um shopping tem miniaturas de cidades importantes, representações de estabelecimentos comerciais e outras estruturas que se apresentam somente de “fachada”. Eles são os templos do consumo e estão mais do que alinhados as lógicas capitalistas. Neles, a desigualdade latente que se encontra nas ruas e nos faróis de trânsito não é visível. Há uma seleção entre quem pode freqüentar o shopping, uma seleção de consumo. Dentro destes locais dificilmente alguém encontra um pedinte ou algum outro indivíduo menos favorecido economicamente. O shopping não é um espaço público, muito menos democrático, lá não se encontra diversidade, somente uma padronização estética, cultural e econômica das pessoas que freqüentam o local.
Já os condomínios fechados, eles são fechados, mas por dentro deles passam ruas públicas. È uma utilização privada de um bem público, não há como entrar em um condomínio fechado se não for morador ou não for convidado. Dentro destes condomínios existe uma outra realidade. Lá a questão da segurança é tratada de forma privada, e não uma obrigação do Estado. A polícia não entra lê sem autorização e como a segurança não é feita por policiais ela fica por conta de empregados, os seguranças. Como o segurança é um funcionário do condomínio fica difícil estabelecer normas de ordem legal. Os filhos dos moradores crescem sem ter noção de espaço público e de respeito as leis vigentes. Dentro dos condomínios eles fazem o que querem e se algum funcionário questionar é mandado embora e logo depois aparece outro para substituí-lo.
O estabelecimento destes espaços geográficos, como os outros citados neste relatório, é acarretado pelo contexto histórico e pela construção histórica destes espaços. Tudo dentro de um espaço, social ou privado, está previamente delineado a favorecer ao interesse dos mais poderosos. O arranjo espacial é conseqüência do modo de produção desigual e ele é uma reprodução das nossas relações sociais.
Portanto, a estruturação do espaço urbano de Londrina, segue aos interesses do modo de produção capitalista e reforça a diferenciação entre as classes sociais através da segmentação sócio-espacial urbana. Esta segmentação é construída por diferentes agentes produtores do espaço urbano, com diferentes interesses e condutas.

terça-feira, junho 07, 2005

Ops... no nosso caso a Revolução está sendo televisionada



Comunicado na Mídia Independente:
http://www.midiaindependente.org/en/blue/2005/06/318685.shtml

Notícias!!

Alunos da UEL farão passeata em protesto contra a falta de professores
Estudantes confirmam que faltam professores na UEL

Este é o nosso texto manifesto, e foi entregue para vários meios de comunicação.

Isensibilidade e desprezo pela academia

É com grande insatisfação que viemos a tal meio de comunicação nos manifestar a respeito do que denominamos uma crise no sistema universitário paranaense. O atual governo estadual, personificado na pessoa de Roberto Requião, consolidou, desde o início do seu mandato, uma política em relação à universidade que a degrada naquilo que é mais importante: a pesquisa e o ensino.
Com a desculpa de irregularidades nas atribuições de aula do corpo docente de algumas universidades estaduais, o governador suspendeu a contratação de professores estatutários (efetivos) em todo o Estado e, a partir de então, permitiu apenas a contratação de professores temporários. A tal tipo de descaso, soma-se a já difundida defasagem salarial dos professores universitários, cujo piso salarial atinge patamar inferior ao dos professores de segundo grau. O resultado é uma série de conseqüências irreversíveis para o ensino universitário. Como o contrato é temporário e sem estabilidade, docentes com mais experiência e com bagagem acima da média (geralmente os com doutoramento) preferem lecionar em universidades federais ou estaduais fora do Paraná (principalmente em São Paulo), já que os contratados temporariamente não podem iniciar pesquisa ou mesmo orientar alunos em trabalhos de conclusão de curso e em pesquisas. Além disso, quando a procura pelos concursos diminui, a possibilidade de aparecerem professores especialistas na disciplina que requer contratação se torna quase impossível. É bom lembrar que nem os docentes que estão se aposentando recebem, em seus lugares, substitutos efetivos. Fica óbvio que o nível do ensino cai drasticamente com essa situação.
Evidente que, se a situação abarca todo o Estado do Paraná, não é preciso dizer que na Universidade Estadual de Londrina o caos se espalha pela grande maioria dos cursos. Um exemplo é o 3º ano de Ciências Sociais, que ficou sem professor de uma das três disciplinas fundamentais do curso por quase um semestre (nesse momento será contratado o terceiro professor em apenas três meses de aula). Nesse momento fica a certeza de que o que se está fazendo com a educação superior é pior que o sucateamento. Formação de acadêmicos ou mesmo de profissionais em geral não é canteiro de obras, em que o chefe apenas delega funções à distância, preocupando-se apenas com o resultado que lhe é de interesse.
O deterioramento do ensino superior no caso particular da cidade de Londrina afeta vários setores da sociedade. Além das próprias conseqüências acadêmicas já descritas acima, proporciona malefícios em outras áreas, como na economia, na educação, e na saúde. É preciso a atenção da sociedade como um todo para a preservação de uma instituição tão contribuidora como a Universidade. Ela não resolve problemas de todas as ordens, mas só consegue fazer sua parte quando está estruturada, e, portanto, recebe um pouco de prioridade.

3º ano de Ciências Sociais da Universidade Estadual de Londrina
Notícia do Jornal de Londrina:
Universitários pedem professores
Os alunos querem a realização de concurso público e o fim de contratos temporários para docentes

Três meses sem aula e dois professores diferentes em menos de 60 dias; o professor atual está de saída. Essa é a situação da disciplina de ciência política do curso de ciências sociais, da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Cansados do grande rodízio de professores e dos prejuízos acadêmicos que a situação provoca, os alunos fizeram um protesto.
Os alunos elaboraram um abaixo-assinado para apresentar à reitora Lygia Puppato e cobrar a realização de um concurso público para contratação de professores. O protesto dos alunos ganhou o calçadão da UEL e muitos deixaram as salas de aula para caminhar até o prédio da reitoria, onde planejavam entregar o documento com mais de 1,7 mil assinaturas.
A reitora Lygia Pupatto e o pró-reitor de Recursos Humanos, Rodne de Oliveira Lima, estavam em Curitiba. O documento foi recebido pelo pró-reitor de Graduação, Jairo Queiroz. “A abertura de concurso tem sido negociada com o governo do Estado”, limitou-se a dizer.
Os alunos reclamam que os docentes com contratos de um ano, prorrogáveis por mais 12 meses, não conseguem se envolver com o curso. “Muitos professores, por serem temporários, acabam procurando outros empregos. Quando acham, eles deixam a universidade”, argumentou o aluno do terceiro ano de Ciências Sociais, Leonardo Lucas da Silva Rodrigues.
O atual professor de ciência política, Aldo Duran, há dois meses na função, está deixando a UEL nesta quarta-feira, para assumir uma cadeira na Universidade Federal de Uberlândia (MG). “Não é nem uma questão de escolha pessoal. Aqui não tenho garantia de nada. Lá estou assumindo um emprego com estabilidade”, argumentou.
Ele também lembrou que os professores temporários têm menor remuneração e não são pagos por reposição de aula. Outro problema é que esses professores não podem ajudar na realização de trabalhos de pesquisa, extensão ou mesmo orientação de estudantes. “Todos estão de passagem. Não há formação de um corpo de professores”, completou Rodrigues.
O prejuízo para os alunos ocorre a cada vez que um professor é substituído. Os alunos e os professores destacam ainda que a matéria ciência política é uma das principais do curso e as deficiências refletem diretamente na formação. “Eles estão sendo muito prejudicados. A gente entra com o bonde andando e tem que começar do zero, porque muitos não absorveram nada ainda”, completou Duran. (esse Rodrigues ai sou eu, hehehehe)

Outros cursos

A situação não se limitaria ao curso de ciências sociais. Segundo informações da UEL, cerca de 200 dos mais de 1,6 mil docentes são temporários. De acordo com os alunos, desde o início do governo Roberto Requião (PMDB), em 2001, já passaram pela UEL 508 professores não concursados. O Departamento de Educação teria sido o mais atingido, com 32 docentes temporários.
A reportagem do JL tentou contato com o secretário Estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldair Rizzi, mas ele não foi encontrado. Segundo informações da assessoria, o secretário esteve em reunião.

Eu estava sem câmera fotográfica, mas teve gente da minha sala que tirou algumas fotos. O mais breve possível estarei disponibilizando o máximo de fotos. Nós vamos continuar nos mobilizando.

quarta-feira, junho 01, 2005

PRÍNCIPE DO LUGAR-COMUM

FHC insiste na profecia da crise. Candidato Cassandra? Por enquanto, poderia aprimorar as metáforas

Por Mino Carta


O País está sem rumo tal qual peru bêbado em dia de carnaval. Fernando Henrique Cardoso avisa e revela. O aviso diz respeito sobretudo às suas próprias esperanças. A revelação diz respeito ao peru, o qual, era o que supúnhamos escudados em vetustas tradições, não costuma ser levado à mesa durante o tríduo momesco. A não ser, quem sabe, na casa do ex-presidente.
FHC aposta na desgraça, na crise institucional, no caos econômico. Há duas semanas arriscou a comparação entre os dias de hoje e aqueles do governo João Goulart, interrompido, por razões obscuras e com a brutalidade conveniente, pelo golpe de 1964. No convescote tucano encenado no sábado 21 em São Paulo , FHC alegou não ter sido compreendido na referência a Jango, mas confirmou sua expectativa do iminente naufrágio petista.

O príncipe dos sociólogos, pasmem, comete suas ratas. Ou quem as comete são seus ouvintes? No domingo 22 disse não ter sido entendido na evocação do peru, e esclareceu, sabiamente, que dia do pileque é o Santo Natal. Nem por isso escapou ao lugar-comum. Só faltou dizer que o governo Lula é elefante em loja de louça.
Nunca vivemos quadra tão propícia à repetição incansável de chavões, frases feitas, clichês variegados, banalidades atrozes. Lugares-comuns. Com a valente, decisiva contribuição da imprensa, e da mídia em geral. O fenômeno é mundial, floresce no pomar da globalização. Vale acentuar, porém, que no rincão nativo estamos a bater recordes.

De um príncipe dos sociólogos seria digno, justo e salutar receber a aragem de metáforas mais argutas. FHC declama, contudo, que “os vampiros não são vampiros, são cupins que estão se espalhando por toda a parte”. Pelo jeito, faz prosélitos. Mas o deputado Alberto Goldman, adepto de linguagem mais seca, gracilianesca, enfatiza que o PT foi para o poder “para se locupletar”.
O forte de FHC nunca foi o estilo literário. Tampouco a coerência. Seu livro melhor talvez seja Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional, embora Raymundo Faoro observasse que “no Brasil Meridional não houve escravidão”. Quanto à célebre Teoria da Dependência, exposta em obra escrita em parceria com o chileno Enzo Falletto, decreta a condenação sumária da burguesia que hoje o eleva à glória dos altares contingentes. E cujo apoio irrestrito espera em caso de crise, a tal vaticinada.
Às vezes me ocorre perguntar aos meus botões qual seria o livro de FHC que os leitores conservam sobre o criado-mudo, para abri-lo ao acaso no meio da noite, quando assaltados pela idéia da morte, a buscar naquelas páginas consolo e iluminação. Chego, até, a cogitar de pesquisa habilitada a responder à minha indagação. Certo é que nunca ouvi chamar de príncipe Raymundo Faoro, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda, Celso Furtado.

Recordo a entrevista que FHC me deu, faz quase dez anos, véspera da eleição de 1994. Foi para a capa da terceira edição de CartaCapital, ainda mensal. Dia ensolarado em Brasília, residência senatorial. Perguntei, de saída, a respeito do desempenho do entrevistado no séqüito de Jean-Paul Sartre, visitante ilustre em 1962. “Você, então, era vermelhinho, não é mesmo?” Nem tanto, respondeu FHC, “já misturava Marx com Weber”. Permiti-me recordar que no prefácio do seu primeiro livro, ele escrevera: “Foi empregado aqui o método dialético marxista”. Levou a mão ao queixo, reconheceu: “Obrigado por me lembrar, é verdade”.
Fez-se uma pausa. Curta. Retomou seu fio: “Mas tirei a referência do prefácio na segunda edição”.

Texto tirado da Carta Capital número 344. As fotos foram coladas de acordo com minha idéias.