sábado, novembro 27, 2004

Ilhas de sexo


Lucía e o Sexo

Apesar de não ter visto outros filmes de Julio Medem posso dizer que pelo menos ele é um diretor original. O filme Lucía e o sexo também tem um roteiro bem original, uma trama interessante. E é um filme que também, tem muito sexo.
Sei lá, eu adoro filme da Espanha, não sei se é porque eles são mais calientes, ou mais expressivos, mais dramáticos, mas eles são muito engraçados. Não é atoa que eu goste tanto do Almodovar. Acho que se é para chutar o pau da barra, então que chute com bastante barraco. Os roteiros espanhois têm sempre muitas conecções com os personagens, algo parecido como a novela brasileira, mas ao mesmo tempo, nada a ver. É aquela coisa que todo mundo vai se conhecendo e apesar de um não ter nada com o outro, no fim tudo foi de fatal importância para a narrativa.
A Lúcia do título é uma garçonete de Madri que viaja para uma ilha distante como forma de preservar/matar a memória do marido. Na ilha conhece Carlos e Elena, também marcados por uma ausência, a da filha morta. Mas, como costuma acontecer nos mitos e fábulas atemporais, é o próprio impulso para a evasão que faz com que cada personagem encontre o seu destino. Sentimentos e recordações se misturam, até apontarem para a possibilidade de uma redenção - o que dá ao filme um tom ao mesmo tempo melancólico e otimista. A interpretação de Lúcia e o Sexo daria margem a volumosos ensaios psicanalíticos: as experiências da perda e do prazer, da vida e da morte são exploradas com delicadeza e sofisticação visual. Mais um sinal de vitalidade do cinema espanhol.

terça-feira, novembro 23, 2004

Este blog está que nem meu computador. No começo é só alegria e curtição, agora ele está todo dispirocado e sem noção. Meu computador tá cheio de virus e de spywares, vou ter que formatar. O bom seria se eu soubesse de todas essas coisas, se eu entendesse o mínimo sobre computador. Entrar na net e ver alguns sites de notícias está sendo uma verdadeira aventura. Estou tendo que seguir um manual de como escapar dos virus e das porcarias. Antes de tudo eu passo um antivirus, depois passo o outro. Quando já se passou muito tempo na busca dos desgraçados ainda tem os antispyware. Aí passo um, depois o outro. Mais tarde baixo um outro tipo de antispyware, depois pesquiso algum novo antivírus. Baixo outro antivírus, mais outra meia hora procurando outros vírus. E, quando eu consigo conectar aparecem spywares mutantes, que já foram imunizados pelos antispywares. Aí eles não me deixam ver um único site. Quem sabe mais tarde...e olha que antes era uma maravilha conectar no mundo virtual.
Não sei se alguém percebeu (os herois da resistência que leêm meu blog), mas o meu profile está lá em baixo, lá na puta que pariu...é foda ser ignorante nos html da vida.

domingo, novembro 21, 2004


Matadores de Velhinhas

Filme bem legal dos irmãos Coen. É aquele tipo de comédia meio humor negro que estes diretores tanto gostam de fazer. Gostei muito da fotografia do filme, e também das atuações. Mas, na realidade não é lá em grande filme e nem chega muito perto disso. Eu aluguei já sabendo o que vinha, gosto muito dos Coen, mas este filme é meio sem sal. Tem algumas passagens bem engraçadas, no entanto, não é nada que te prenda muito ao filme.
É mais um desses filmes com o qual você não se surpreende com muita coisa. Não é apresentada alguma surpresa quanto ao roteiro. O que eu acho notável no filme é a representação da vida protestante dos negros do sul dos EUA. Bom, acho que é isso.

Réquiem para Celso Furtado

Essa é minha homenagem ao maior economista que este país já teve. Coloquei aqui o que de mais importa na sua vida, suas obras. São muitas, mas fica ai se alguém quiser consultar alguma coisa. Lá embaixo do texto tem alguns links sobre essa bibliografia e também sobre a vida de Furtado.
Bibliografia
Ficção:Contos da vida expedicionária – de Nápoles a Paris. (RJ, Zelio Valverde, 1946)
História econômica: L'économie coloniale brésilienne. (Tese de doutoramento, Université de Paris, 1948) A economia brasileira. (RJ, A Noite, 1954) Uma economia dependente. (RJ, Ministério da Educação e Cultura, 1956)Formação econômica do Brasil. (RJ, Fundo de Cultura, 1959; SP, Editora Nacional, 1965; Brasília, Universidade de Brasília, coleção "Biblioteca Básica Brasileira", 1963) Tradução em espanhol (México, Fondo de Cultura Económica, 1962), alemão (Munique-Frankfurt, Wilhelm Fink Verlag, 1975), francês (Paris, Mouton, 1972; Paris, Publisud, 1998), inglês (Los Angeles, University of California Press, 1963), italiano (Turim, Einaudi, 1970), japonês (Tóquio, Shinsekaisha, 1972), polonês (Varsóvia, Panstwowe Wydawnictwo Naukowe, 1967).Subdesenvolvimento e estagnação na América Latina. (RJ, Civilização Brasileira, 1966) Tradução em espanhol (Buenos Aires, EUDEBA, 1966).Formação econômica da América Latina. (RJ, Lia Editora, 1969)A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina.(RJ, Civilização Brasileira, 1973) Tradução em espanhol (Barcelona, Edicusa, 1971; Lima, Campodonica, 1971), francês (Paris, Calmann-Lévy, 1970), inglês (Nova York, Anchor Books-Doubleday, 1970), italiano (Milão, Franco Angeli, 1971), japonês (Tóquio, Shinsekaisha, 1972).A economia latino-americana.(SP, Editora Nacional, 1976) Tradução em espanhol (Santiago do Chile, Universitaria, 1969; México, Siglo XXI, 1971; Havana, Guairas, 1972), chinês (Beijing, 1983), francês (Paris, Sirey, 1970), inglês (Cambridge, Cambridge University Press, 1970), italiano (Bari, Laterza, 1971), japonês (Tóquio, Shinsekaisha, 1969), sueco (Estocolmo, Rabén & Sjörgren, 1972).
Política econômica:Perspectivas da economia brasileira. (RJ, Instituto Superior de Estudos Brasileiros, 1958)A Operação Nordeste. (RJ, Instituto Superior de Estudos Brasileiros, 1959)Uma política de desenvolvimento econômico para o Nordeste. (RJ, Imprensa Nacional, 1959)Subdesenvolvimento e Estado democrático. (Recife, Condepe, 1962)A pré-revolução brasileira. (RJ, Fundo de Cultura, 1962) Tradução em espanhol (Barcelona, Nova Terra, 1966), francês (Paris, Plon, 1964), inglês (Los Angeles, University of California Press, 1965).Teoria e política do desenvolvimento econômico.(SP, Editora Nacional, 1967; Lisboa, Dom Quixote, 1971; SP, Abril Cultural, coleção "Os Economistas", 1983) Tradução em espanhol (México, Siglo XXI, 1968), francês (Paris, PUF, 1970), italiano (Bari, Laterza, 1972).Um projeto para o Brasil. (RJ, Saga, 1968) Tradução em inglês (Nova York, Anchor Books-Doubleday, 1970).Análise do "modelo" brasileiro. (RJ, Civilização Brasileira, 1972) Tradução em espanhol (Buenos Aires, Centro Editor de America Latina, 1972), francês (Paris, Anthropos, 1974).O Brasil pós-"milagre". (RJ, Paz e Terra, 1981) Tradução em espanhol (México, Fondo de Cultura Económica, 1983), francês (Paris, Maison des Sciences de l'Homme, 1987).A nova dependência, dívida externa e monetarismo. (RJ, Paz e Terra, 1982) Tradução em espanhol (Buenos Aires, Centro Editor de America Latina, 1985).Não à recessão e ao desemprego. (RJ, Paz e Terra, 1983) Tradução em espanhol (Buenos Aires, Paz e Terra, 1984), francês (Paris, Anthropos, 1984), inglês (Londres, Third World Foundation, 1984).Cultura e desenvolvimento em época de crise. (RJ, Paz e Terra, 1984)ABC da dívida externa. (SP, Paz e Terra, 1989)Brasil, a construção interrompida. (SP, Paz e Terra, 1992) Tradução em espanhol (México, Fondo de Cultura Económica, 1992), francês (Paris, Publisud, 1995).
Teoria econômica:Desenvolvimento e subdesenvolvimento. (RJ, Fundo de Cultura, 1961) Tradução em espanhol (Buenos Aires, EUDEBA, 1964), persa (Teerã, 1980), francês (Paris, PUF, 1966), inglês (Los Angeles, University of California Press, 1964).Dialética do desenvolvimento. (RJ, Fundo de Cultura, 1964) Tradução em espanhol (México, Fundo de Cultura Económica, 1965). O mito do desenvolvimento econômico. (RJ, Paz e Terra, 1974; SP, Círculo do Livro, s.d.; SP, Paz e Terra, ed. abreviada, 1996) Tradução em espanhol (Buenos Aires, Periferia, 1974; México, Siglo XXI, 1975), francês (Paris, Anthropos, 1976), polonês (Varsóvia, Panstwowe Wydawnictwi Ekonomiczne, 1982).Prefácio a nova economia política. (RJ, Paz e Terra, 1976; Lisboa, Dinalivro, s. d.) Tradução em espanhol (México, Siglo XXI, 1976), italiano (Milão, Jaca Book, 1977).Criatividade e dependência na civilização industrial.(RJ, Paz e Terra, 1978; SP, Círculo do Livro, 1978) Tradução em espanhol (México, Siglo XXI, 1979), alemão (Frankfurt, Verlag für Interkulturelle Kommunikation, 1984),francês (Paris, PUF, 1981), inglês (Oxford, Martin Robertson, 1983).Pequena introdução ao desenvolvimento – um enfoque interdisplinar. (SP, Editora Nacional, 1980) Tradução em espanhol (México, Fondo de Cultura Económica, 1983), francês (Paris, Publisud, 1989).Transformação e crise na economia mundial. (SP, Paz e Terra, 1987) Tradução em espanhol (Bogotá, Tercer Mundo Editores, 1990).O capitalismo global. (SP, Paz e Terra/RJ, ABL, 1998; Lisboa, Gradiva, 1999) Tradução em espanhol (México, Fondo de Cultura Económica, 1999).
Memorialística:A fantasia organizada.(RJ, Paz e Terra, 1985) Tradução em espanhol (Buenos Aires, EUDEBA, 1988; Bogotá, Tercer Mundo Editores, 1989), francês (Paris, Publisud, 1987).A fantasia desfeita.(SP, Paz e Terra, 1989)Os ares do mundo.(SP, Paz e Terra, 1991) Tradução em espanhol (México, Fondo de Cultura Económica, 1993).Celso Furtado – Obra autobiográfica, 3 vol. (SP, Paz e Terra, 1997)Seca e Poder. (SP, Fundação Perseu Abramo, 1998)
Antologias:El subdesarollo latinoamericano, ensayos de Celso Furtado.(México, Fondo de Cultura Económica, 1982)Obras escogidas de Celso Furtado.(Bogotá, Plaza & Janes, 1982)
Ensaios em obras coletivas (seleção):"Förenta staterna och Latinamerikas framtid", em Latinamerikaner om Latinamerika. P. Schori (organizador), J. Bosch, C. Fuentes, C. Furtado, F. Julião, F. Castro, E. Che Guevara, J. de Castro, J. Figueres et alii. Oskarshamm, Suécia, Prisma, 1968."Marx's model in the analysis of the underdeveloped economic structures", em Marx and contemporary scientific thought. R. Aron, M. Rodinson, C. Furtado, R. Garaudy, E. Hobsbawn, T. Adorno, A. Sauvy, A. Schaff, H. Marcuse, I. Sachs, J. Habermas et alii. Paris/Haia, Mouton, 1969."Probleme der Industrialisierung in Lateinamerika", em Die Aktuelle Situation Lateinamerikas. Hanns-Albert Steger (organizador), M. Berger, B. Kötting, C. Furtado, F. Fernandes, G. Freyre, F. H. Cardoso, C. Rama et alii. Frankfurt, Athenäum, 1971."Da República oligárquica ao Estado militar", em Brasil: Tempos Modernos. C. Furtado (organizador), H. Jaguaribe, F. Weffort, F. H. Cardoso, F. Fernandes, J. Leite Lopes, O. M. Carpeaux, J. C. Bernadet, A. Callado. RJ, Paz e Terra. Tradução em espanhol (México, Siglo XXI, 1968) e alemão(Frankfurt, Athenäum, 1971)."Entraves ao desenvolvimento", em O Brasil na encruzilhada. J. de Castro, M. Arraes, C. Furtado, F. Julião, M. M. Alves, D. Helder Câmara, S. Lafaurie et alii. Lisboa, Dom Quixote, s. d. "A global view of the development process", em Different theories and practices of development. I. Alechina, C. Furtado, J. Galtung, et alii. Paris, UNESCO, 1982."A política econômica de François Mitterrand", em O novo socialismo francês e a América Latina. F. H. Cardoso e H. Trindade (organizadores), C. Furtado, G. Lavau, A. Rouquié, A. Touraine. RJ, Paz e Terra, 1982. "Transnacionalización y monetarismo" e "Dependencia en un mundo unificado", em La crisis internacional y la America Latina. S. Méndez (organizadora), R. Prebisch, Ruy M. Marini, C. Furtado, A. Pinto, O. Ianni, M. Löwy, F. Fajnzylber, D. Caputo et alii. México, Fondo de Cultura Económica, 1984."Crisis y transformación de la economía mundial: desafíos y opciones", em La crisis de la deuda externa en la America Latina. Miguel S. Wionczek (organizador), V. Urquidi, C. Furtado, D. Avramovic, F. Stewart et alii. México, Fondo de Cultura Económica, 1987."El nuevo capitalismo", em Cepal cincuenta años. "Revista de la Cepal", Santiago, outubro de 1998. "A contribuição histórica da CEPAL, visão histórico-estrutural do desenvolvimento", em Modelos e políticas de desenvolvimento. A. Ferrer, E. Iglesias, A. Fishlow et alii. RJ, Inter-American Development Bank/BNDES, 1998. "Há risco de uma ingovernabilidade crescente", em Visões da Crise. A. S. Mineiro, L. A. Elias, C. Benjamin (organizadores), A. Ferrer, R. A. Dreyfuss, M. Santos, A. Delfim Netto, M. Conceição Tavares et alii. RJ, Contraponto, 1998.
Livros e teses sobre Celso Furtado:Formiga, Marcos, e Salles Gaudêncio, Francisco (organizadores). Era da Esperança – teoria e política na obra de Celso Furtado. SP, Paz e Terra, 1995. Guimarães, Maria Eugênia. Modernização brasileira no pensamento de Celso Furtado. SP, Universidade de Campinas, 1993.Mallorquín, Carlos. La idea del subdesarrollo: el pensamiento de Celso Furtado. México, Faculdade de ciências políticas e sociais, Universidade Nacional Autónoma de México, 1993. Moraes, Reginaldo. Celso Furtado - o subdesenvolvimento e as idéias da CEPAL. SP, Ática, 1995.Oliveira, Francisco de (organizador), e Fernandes, Florestan (coordenador). Celso Furtado. SP, Ática, 1983. Sachs, Ignacy e Garcia, Afranio (organizadores). Le développement, qu'est-ce? L'apport de Celso Furtado. Paris, Cahiers du Brésil Contemporain, MSH, 1998.
Ensaios sobre Celso Furtado (seleção):Bear, Werner. "Furtado on development: a review essay", em Journal of developing areas, nº 3, 1969.Beaud, Michel e Dostaler, Gilles. "Celso Furtado", em La Pensée économique depuis Keynes – historique et dictionnaire des principaux auteurs. Paris, Seuil, 1993. Bethell, Leslie. "Economic ideas and ideologies in Latin America since 1930", em Cambridge History of Latin America, vol. 6. Cambridge, 1994.Biderman, Ciro, Cozac, L. Felipe, Rego, José Marcio. Conversas com economistas brasileiros. SP, Editora 34, 1997.Bielschowsky, Ricardo. "O pensamento de Celso Furtado", em Pensamento econômico brasileiro. RJ, Contraponto, 1995. Bielschowsky, Ricardo. "Formação econômica do Brasil: uma obra-prima do estruturalismo cepalino", em Revista de economia política, vol. 9, no 4, SP, 1989.Garcia, Afrânio. "La construction interrompue – Celso Furtado, la guerre froide et le développement du Nordeste", em Actes de la recherche en sciences sociales, Paris, março de 1998. Hirschmann, Albert. Journeys toward progress. Nova York, The Twentieth Century Fund, 1963.Iglesias, Francisco. "Introdução", em Formação econômica do Brasil. Brasília, Editora Universidade de Brasília, coleção "Biblioteca Básica Brasileira", 1963.Iglesias, Francisco. "Celso Furtado, pensamento e ação", em História e ideologia. SP, Perspectiva, 1981.Love, Joseph L. Crafting the Third World: theorizing underdevelopment in Rumania and Brazil. Stanford, Stanford University Press, 1996.Mantega, Guido. "Celso Furtado e a teoria do subdesenvolvimento", em A economia política brasileira. São Paulo-Petrópolis, Polis/Vozes, 1987.Morais, Reginaldo, Antunes, Ricardo e Ferrante, Vera (organizadores). "Celso Furtado e o pensamento econômico brasileiro", de Francisco de Oliveira, em Inteligência brasileira. SP, Brasiliense, 1986. Page, Joseph. "Celso Furtado, SUDENE and USAID", em The Revolution that never was. Nova York, Grossman Publishers, 1972. Skidmore, Thomas. "Economic development of Latin America", em The Hispanic American historical
http://pageserver-nt.sudene.gov.br/biblioteca/
http://meubrfree.com.br/~hugocerqueira/hpe/economistas/celso_furtado.html

sábado, novembro 20, 2004

Abuso de imagem


Na Captura dos Friedmans

Esse foi o filme que eu vi hoje. É um documentário muito interessante sobre a família dos Friedmans. A Captura dos Friedmans é um longa-metragem documental que explora a natureza ilusória da verdade através do prisma de um dos casos criminais na história da América. Os Friedman no inicio parecem uma família típica. Arnold Friedman é professor premiado. Sua esposa Elaine, dona de casa. Juntos, criam os 3 filhos na pequena e rica cidadezinha de Great Neck, perto de Long Island. No feriado de Ação de Graças, a família está no lar preparando para um jantar tranqüilo. De repente, a policia quebra a porta da frente da casa e policiais entram na casa, vasculhando tudo e carregando caixas da família. Arnold e seu filho de 18 anos Jesse são presos levados algemados em meio a um monte de repórteres, luzes, câmeras, e caminhões de emissoras de TV estacionados em frente de sua casa.Começa uma investigação complicada, pai e filho são acusados por centenas de crimes chocantes. Enquanto a família veementemente declara sua inocência, a comunidade de Great Neck está num transtorno, e os Friedmans são os alvos de sua raiva.

Documentário sobre os escândalos sexuais que destruíram uma família estadunidense pergunta mais do que responde
Por: Alessandro Garcia - Publicado em 02.04.2004
Desconcertante, ainda que seja um termo por demais vago e lugar-comum é a melhor expressão que acho para definir o documentário Na Captura dos Friedmans (Capturing the Friedmans). Ao optar por uma busca de isenção na apresentação da história desta estranha família, o diretor norte-americano Andrew Jarecki nos joga na cara uma produção perturbadora desde as primeiras cenas, que garantem tamanho desconforto que só nos resta esperar ansiosamente que o final jogue um pouco de luz sobre as contradições que são apresentadas.Quando Jarecki pretendia rodar um documentário sobre os palhaços de Nova Iorque, conheceu Silly Billy (David Friedman), um artista das ruas que, ao contar ao diretor a respeito da peculiar história de sua família, acabou por presenteá-lo com uma trama sórdida cujos desdobramentos decretaram o fim da sua considerada normalidade. Normal, mesmo repleto de toda a sua relatividade de significados, é um termo que de maneira alguma pode ser empregado aos Friedmans. Porque, ao contribuir com o diretor para a realização de um documentário sobre o escândalo que envolveu sua família, David lhe beneficiou com mais de 50 horas de material filmado por eles próprios, na sua estranha compulsão por filmes caseiros filmados em Super-8 e, mais tarde, em vídeo.
(...)
As imagens são tantas e registram momentos tão peculiares, que talvez a melhor forma de explicá-las seja, realmente, o fato de que David diz “filmar para não ter que lembrar”. E é como voyeurs de uma trama por demais fascinante de tão bizarra que continuamos a nos estarrecer com este documentário. Tudo é um jogo tão aberto e escancarado que, no entanto, ao contrário de nos fornecer as respostas mais claras, vai-se pintando um quadro onde culpados e inocentes se confundem e o registro eletrônico de tudo se torna quase uma catarse para o desmoronamento de uma família para o qual o termo “disfuncional” seria um generoso eufemismo.

sexta-feira, novembro 19, 2004

Big mac no Oscar

"Super Size Me - A Dieta do Palhaço", de Morgan Spurlock, está entre os 12 filmes que podem concorrer ao prêmio de melhor documentário em longa no Oscar de 2005, que acontece em 27 de fevereiro. No filme, o cineasta segue, por um mês, uma dieta composta só por comidas vendidas pela rede McDonald's. Entre os pré-indicados estão "Touching the Void" e "Born into Brothels" -ambos não lançados no Brasil. Os cinco finalistas serão escolhidos pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.
http://www.supersizeme.com/
Eu tive a chance de ver esse filme quando estava em Brasília, o diretor do filme também estava lá para um debate...por razões metafísicas e psicosomáticas eu não pude estar presente na exibição do filme. Estou baixando o filme pela net, vou ver se arrumo uma legenda.

Super Size Me - 30 Dias de Fast Food
Definitivamente o documentário-choque parece ter entrado na moda. Depois do interesse suscitado pelos filmes de Michael Moore, eis que chega ao grande ecrã mais um nome a registar dentro deste género. Apesar de a crítica à sociedade americana e aos valores por ela difundidos se manter, desta vez o alvo são as grandes cadeias americanas de fast food como a McDonald's.Em ''Super Size Me - 30 Dias de Fast Food'', Morgan Spurlock analisa com humor e horror os excessos da cultura americana, começando pelo estômago.A ideia para este filme surgiu-lhe depois de dois jovens terem vindo a público acusar a rede McDonald's de ser a única culpada pela obesidade de ambos. Foi sobretudo a resposta que os responsáveis por esta cadeia de alimentação deram – a de que a sua comida fazia parte de uma dieta equilibrada - que o levou a empreender esta experiência-limite.A partir desse momento, a rotina de Morgan Spurlock passou a reger-se por 3 regras de ouro: comer três refeições diárias no McDonald's, provar todas as ofertas do menú e aceitar sempre as propostas de aumento do seu pedido. Depois de três semanas a cumprir à risca a nova dieta, Morgan Spurlock já tinha ganho 15 quilos, começado a sofrer de aerofagia, asma, dores de peito e palpitações, para além do seu colesterol ter aumentado para níveis absurdos.O cineasta não esteve sozinho nesta aventura. Ao seu lado, e por trás das câmaras, esteve o seu amigo Scott Ambrozy que desde o início apoiou a ideia; enquanto que, na intimidade, a sua namorada Alex Jamieson o tentava sempre convencer dos perigos a que se estava a sujeitar.À medida que a sua condição física e psíquica se degrada, Spurlock viaja pelos Estados Unidos para entrevistar peritos e cidadão comuns e tentar encontrar a explicação para um dos maiores problemas de saúde dos nossos tempos.No final, o realizador revelou que o que mais o horrorizou em todo o filme ''foi mostrar o programa de alimentação das escolas: pizzas, refrigerantes, cachorros quentes e guloseimas''. ''E depois dizem que estamos gordos'', ironiza Spurlock.Com este documentário, Spurlock ganhou o Prémio de Melhor Realizador no Festival de Sundance de 2004.Sobre o Realizador:Morgan Spurlock tem 32 anos e um currículo polifacetado. Aos 13 anos foi estudante de ballet, tendo mais tarde estudado cinema na Universidade de Nova Iorque. Foi humorista, assistente de produção de James Cameron e Woody Allen. A sua produtora, The Con, produz reality shows para televisão. Curiosamente, Morgan Spurlock apresentou na MTV um programa intitulado ''I Bet You Will'', onde apostava com os concorrentes que eles não eram capazes de fazer uma qualquer proeza estapafúrdia, a troco de um prémio.
Diana Cabral http://www.estreia.online.pt/aleph/envelope?filme+ficha:list_movie:1092


introspecção herética

Londrina Jazz Festival
Começa no dia 30 de novembro a segunda edição do Londrina Jazz Festival, que terá este ano apresentações em salas fechadas e ao ar livre, e a participação de músicos e bandas de projeção nacional, como Wagner Tiso, Tradicional Jazz Band, João Donato Trio, Victor Biglioni, Trio Curupira e Ithamara Koorax, considerada uma das cinco melhores cantoras de jazz do mundo. Além das apresentações musicais, que também incluem shows com grupos internacionais, como o Chicago Underground (EUA), o Festival realiza workshops com os participantes do evento, abertos ao público. O Londrina Jazz Festival tem patrocínio da Lei Rouanet/Ministério da Cultura. Show de Abertura: Tradicional Jazz Band Onde: Teatro Ouro Verde / Rua Maranhão, 85 (Calçadão) Quando: dia 30 de novembro (terça-feira), às 20h00 / Entrada franca Para os demais shows, os ingressos custarão R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudantes e aposentados), mais 1 quilo de alimento. Mais informações: http://www.londrinajazzfestival.com
Dia 05 de Dezembro tem Hermeto Pascoal no zerão...e dia 6 tem prova de sociologia...ihh!

quarta-feira, novembro 17, 2004

Demo-Sul

Saiu a relação das bandas que vão tocar no Festival Demo-Sul deste ano. Vão ser 3 dias: 26, 27 e 28 de novembro.
As bandas de sexta(26) são: Folcore, Cosmic Poodle, Astronautas, Oaeoz, Faichecleres, The Bonus Trash, Relespública, Csacadura, The Cherry Bomb, Suite Minimal, e pra fechar o Mundo Livre S/A.
As bandas de sábado(27) são: Normam Bates, Cuzzlers, MQN, Fungos Funk, Monstros do Ula Ula, Mudcracks, Detetives, Búfalos D' água, Espíritos Zombeteiros, The Brown Vampire Cats, e os Replicantes.
No domingo(28): Surface, Devaneers, The Droggies, Fantoches, 8MM, Overwhelm, Primos da Cida, Cabelo Duro, Devotos DNSA, Mcquade e o Cólera.
O festival vai é realizado todo ano em Londrina. Esse ano ele vai ser no Grêmio Literário e Recreativo Londrinense, na rua Grafita n332 (BR369).

terça-feira, novembro 16, 2004

O diretor Jean-Pierre Jeunet, do filme O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, está brigando na Justiça da França para provar que seu longa metragem mais recente é um produção francesa.
Produtores franceses têm questionado o direito de o filme Un Long Dimanche de Fiançailles receber susídios do governo da França.
O filme , que estréia no próximo dia 26 nos Estados Unidos, contou com financiamento do estúdio americano Warner Brothers.
O cineasta argumenta que a produção foi filmada na França e contou com atores e técnicos franceses.
O cineasta afirmou que o épico Alexander, do diretor americano Oliver Stone, recebeu financiamento do governo francês apesar de não ter sido filmado na França e de não ser rodado em francês.
De acordo com o diretor, Alexander teve sua pós-produção realizada na França. "Por isso, o filme é francês, sem problemas. Mas o meu não é francês. Dá para acreditar?", disse Jeunet.
Ambientado durante a Primeira Guerra Mundial, Un Long Dimanche de Fiançailles é uma das produções mais caras já realizadas na França. O filme custou cerca de 45 milhões de euros (cerca de R$ 163 milhões).
O investimento na produção do longa metragem foi feito por diferentes produtoras francesas, entre elas a divisão francesa da Warner Brothers.
Duas organizações de produtores franceses alegam que o filme não seria francês porque seu financiamento não é inteiramente francês e por isso ele não deveria ser subsidiado pelo governo do país.
Para Jeunet, a controvérsia toda se deve a uma "questão de competição comercial". Ele afirma que "os produtores estão obcecados porque há um novo estúdio envolvido e eles não querem dividir o bolo". Segundo o diretor, trata-se de uma "atitude hipócrita".
O diretor acrescentou que seria uma pena se a Warner Brothers resolvesse deixar de financiar filmes franceses e levasse seu dinheiro para a Itália ou a Espanha.
Un Long Dimanche de Fiançailles é protagonizado pela mesma atriz de Amélie, Audrey Tautou. (tirado da BBC Brasil)
http://wwws.warnerbros.fr/movies/unlongdimanche/ é o site oficial do filme.

segunda-feira, novembro 15, 2004

Necessidade? Fetiche? ou necessidade de fetiche?


1,99

Bom, esse filme é realmente muito inovador, muito instigante, muito questionador...uma verdadeira obra de arte. O diretor é o Marcelo Masagão, do famoso Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, o nome completo desse filme do qual estou falando é 1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras. Ele tem uma abordagem sobre o consumo, sobre a nova realidade do mundo globalizado e informatizado, é uma crítica brutal ao estilo de vida contemporâneo. Estava pensando em algo para escrever mas li uma resenha que diz tudo sobre o filme. Quem quiser ver o trailer do filme http://cinema.terra.com.br/videos/interna/0,,OI39032-EI1176,00.html ou também, quem quiser se informar mais sobre ele http://www2.uol.com.br/umnovenove/

Vende-se Silêncio - por Arlindo Machado

1,99 é uma espécie de O Anjo Exterminador da era da globalização e do neoliberalismo. Não é mais a aristocracia decadente da Europa que se deixa enclausurar numa mansão barroca, mas uma massa indiferenciada de hiper-consumidores que se enclausura num supermercado todo branco, frio e asséptico, quedando-se ali por tempo indefinido para lotar seus carrinhos de compra não exatamente com produtos utilitários, mas com caixas vazias onde o único valor à venda são slogans digestivos reproduzindo a linguagem otimista da publicidade, frases pré-fabricadas de efeito psicológico e toda uma sub-literatura de consolo ou auto-ajuda. É um supermercado, mas parece mais uma mega-drogaria, que vende remédios virtuais para uma massa de estranhos autistas. Formas inusitadas de jogos eletrônicos e toda sorte de máquinas de simulação de “viagens” alucinógenas, movidas todas a cartão de crédito, completam o esforço de preencher o vazio desses irremediáveis solitários, prometendo a felicidade em doses homeopáticas, o prazer sem risco e a saúde programada do corpo. As paisagens do mundo exterior só penetram nesse recinto quando mediadas por máquinas de projeção e simulação. Todo contato com o exterior se dá apenas por câmera, email ou celular. Para onde quer que se vá, as câmeras de vigilância são sempre uma onipresença e tudo vêem, tudo sabem, tudo reprimem. Ao longo do período de clausura, várias micro-histórias ameaçam acontecer a partir de encontros aleatórios, mas nenhuma delas chega a desenvolver-se, esfacelando-se rapidamente na apatia preponderante do ambiente. Qualquer forma de subversão, seja sob forma de grafitagem, roubo ou assalto a mão armada, é rapidamente detectada, controlada e absorvida pelos dispositivos de segurança.
Trata-se de um filme corajoso de um diretor – Marcelo Masagão – cada vez mais inquieto e que surpreende pelas direções inesperadas que dá ao seu trabalho. Num momento em que o realismo, a fluência, a sedução audiovisual, a transparência narrativa parecem ter retornado e se imposto como a linguagem dominante no cinema, Masagão contra-ataca com um filme opaco, pós-moderno, propositalmente artificial, com intermináveis planos-seqüências que levam sempre ao mesmo lugar, como se vagassem em círculos, configurando o huis clos de uma civilização sem saída. A música repetitiva e minimalista de Wim Mertens, feita de intermináveis ritornellos à mesma seqüência de notas, reitera a circularidade sufocante do ambiente. Não há um único diálogo no filme, apenas uma ou outra voz-off, da mesma natureza dos slogans das caixas. A fala, principal forma de comunicação da humanidade, é substituída aqui por uma afasia fundamental, que reflete o silêncio, a passividade de uma geração que se cala diante das atrocidades. Só as caixas brancas falam, com sua razão inflexível e suas verdades inquestionáveis. Numa época em que consumimos a guerra no sofá, com pizza e Coca Cola no colo, o filme é de uma cruel atualidade, apontando claramente para a condição de imobilidade a que fomos reduzidos. 1,99 (aproveite a pechincha; é uma liquidação!) é um filme sobre o individualismo regado a Prozac, a felicidade nutrida pela Nintendo, a memória gerenciada pela Microsoft e a consciência controlada pela CNN.

O Iluminado

A galeria britânica The Reel Poster está fazendo uma exibição virtual de cartazes de filmes de terror. O Iluminado, de Stanley Kubrick, foi considerado o filme de terror perfeito, de acordo com uma nova fórmula matemática. A fórmula combina elementos de suspense, realismo, cenas sangrentas e surpresa para medir o quanto um filme é aterrorizante.

Cine musculação


troia

Não tenho muito o que dizer deste filme, muitos efeitos especiais, mega combates... sei lá. O melhor é ler Homero, A Ilíada.

Cine cansativo

Estou pensando em colocar alguma notinha sobre os filmes que vejo. Esse aí é o primeiro.


Angels in America

É um filme muito estranho, muito longo (6 horas de duração) e com uma temática muito densa, a Aids. Tem Al Pacino, Meryl Streep e Emma Thompson. É um filme feito para TV.
Em 1985 Ronald Reagan está na Casa Branca e a AIDS se propaga rapidamente, fazendo vítimas sem parar. Em Manhattan, Prior Walter (Justin Kirk) conta para Louis Ironson (Ben Shenkman), que foi seu amante por 4 anos, que está com a doença. Isto faz Louis se afastar, deixando o namorado doente e solitário, e isto o faz se sentir culpado. Joe Pitt (Patrick Wilson), um advogado mórmon, tem a chance de trabalhar em Washington, no Departamento de Justiça, e para isto basta que um influente advogado, Roy Cohn (Al Pacino), pegue o telefone. Ambos estão contra a parede, pois Roy precisa de alguém de confiança, já que está em uma situação bem embaraçosa. Joe sente vontade de aceitar o emprego, mas antes precisa falar com Harper (Mary-Louise Parker), sua esposa, que passa os dias tomando Valium e aprendendo sexo na teoria. Cohn e Pitt também tem outra coisa em comum: ambos são homossexuais, sendo que o primeiro não assume por razões profissionais e o segundo por viver um conflito interno. No meio disto um anjo convida Prior para ser o profeta da morte.

Life is my sacrifice

Por do sol em Londrina...tirei esta foto pensando no texto da Paula Monteiro que ainda não li, vai entender...

Banda nova


Abloom

Abloom (bando formada por ex-membros do Soulfly e Onesidezero) colocou na net a sua nova música "Cover Up". Clique aqui para baixar.
Eu pessoalmente não gostei nada do som, espero que alguém goste.

quinta-feira, novembro 11, 2004


Essa ai é a Londrina de 1934, foi mais ou menos por ai que o nosso amigo Leví-Strauss visitou nossa cidadezinha. É, teve alguma coisa que mudou de lá pra cá.
Olha o relato do francês ao ver nossa terra: "Na altura em que cheguei ao Brasil a região estava a abrir-se, graças sobretudo à influência duma empresa britânica que tinha obtido do governo a concessão de um milhão e meio de hectares, em troca do compromisso de aí construir estradas e caminhos de ferro. Os ingleses propunham-se vender o território em pequenos lotes a emigrantes originários sobretudo da Europa central e oriental, conservando a posse do caminho de ferro cujo tráfego seria garantido pela produção agrícola. Em 1935 a experiência encontrava-se em andamento o caminho progredia com regularidade através da floresta: 50 quilômetros no princípio em 1930, 125 no fim do mesmo ano, 200 em 1932, 250 em 1936. Aproximadamente de 15 em 15 quilômetros implantava-se uma estação no orla de uma zona debastada com um quilômetro quadrado que se destinava a tornar-se uma cidade".

terça-feira, novembro 09, 2004


"O Garfo". Essa foto vai para o André que diz que eu fico tirando fotos banais...

sexta-feira, novembro 05, 2004

Programação da Biblioteca Pública de Londrina

De 1º a 30 de novembro / Entrada franca
Vídeos Clássicos
Quando: às terças e quintas-feiras, às 14h30 (na Sala de Vídeo) Festival Western – parte 2 Dia 4: Duelo ao Sol Dia 9: El Dorado Dia 11: Bravura Indômita Dia 16: Três homens e um conflito Dia 18: Rastros de ódio Dia 23: Um estranho sem nome Dia 25: Cavalgada de ouro Dia 30: Sem lei e sem alma Apoio cultural: London Vídeo
Cinema Falado
Quando: às segundas-feiras, às 18h30 (no Teatro Zaqueu de Melo) Dia 1: Paixão de Cristo (2002 / Mel Gibson - EUA) Dia 8: Madame Satã (2002 / Karim Aïnouz - Brasil) Dia 22: O fabuloso destino de Amélie Poulain (2001 / Jean-Pierre Jeunet - França) Dia 29: A língua das mariposas (1999 / José Luiz Cuerda - Espanha) Apoio cultural: London Vídeo / S.A.Imagem
Vídeos Infantis
Quando: às quartas-feiras, em duas sessões, às 10h00 e às 14h30 (na Sala de Vídeo) Festival Diversão Dia 3: James e o pêssego gigante (79 minutos) Dia 10: O caldeirão mágico (80 minutos) Dia 17: O cisne apaixonado (75 minutos) Dia 24: A ratinha valente (82 minutos) Apoio Cultural: London Vídeo Vídeos Sebrae Quando: às segundas e sextas-feiras, às 10h00 (na Sala de Vídeo) Dias 1º e 5: Existe sorte (21 minutos) Dias 8 e 12: Não torça pelo jacaré (22 minutos) Dias 19 e 22: Por que eles não desistem? (21 minutos) Dias 26 e 29: Entusiasmo & Paixão (18 minutos)

Apoio cultural: Sebrae Biblioteca Pública de Londrina Endereço: Av. Rio de Janeiro, 413 / Fones: 3371.6500 e 3371.6507 Horário: de segunda à sexta, das 8h00 às 19h00 e, aos sábados, das 8h00 às 13h00

II Mostra Fotográfica "Clic o seu amor por Londrina"

A segunda exposição da trilogia, organizada pelo Espaço Cultural Ceddo em homenagem aos 70 anos de Londrina, traz fotos selecionadas entre as mais de 600 que concorreram na II Maratona "Clic o seu amor por Londrina". Realizadas a cada dois anos, as maratonas incluem-se no projeto "A História de Londrina contada por imagens", desenvolvido pelo Curso de Especialização em Fotografia da UEL e pelo Foto Célula com o objetivo de resgatar, registrar e preservar a história imagética contemporânea da cidade. Onde: Espaço Cultural Ceddo / Rua Pernambuco, 725 Quando: até 30 de novembro / de segunda a sexta-feira, das 8h00 às 19h00 e, aos sábados, das 8h00 às 13h00 / Mais informações: (43) 3321.4114

segunda-feira, novembro 01, 2004

Não há limite para onde a terra acaba


Limite

Essa é a primeira cena do filme Limite de Mário Peixoto(seu único filme). Foi filmado em 1931, quando o cineasta tinha 22 anos. É considerado pela maioria esmagadora dos críticos como o maior filme brasileiro. Ele também foi o último grande filme mudo, já que nesta época os filmes americanos já eram quase todos falados.
Limite se projeta sobre a vida de três pessoas, que falam de sua vida, garantindo um movimento ininterrupto do filme. Desse modo, nos propicia uma visão pessoal de cada narrador e se nega a um mero realismo, pois se constrói na visão pessoal de cada um dos naufragos. A realidade não aparece como consumada, mas como um incessante desenrolar-se, um contínuo caminhar, nada é descritivo. A palpitação dos personagens é transfigurada para nós em imagens, para entendermos os sentimentos dos personagens.
Suas vidas são contadas, e quando entramos em suas narrativas, instauramos uma nova ordem, fragmentamos a história do filme a ponto de não lembrarmos de estarem no barco. Viver, existir e filmar consiste em criar uma linguagem e o diretor optou por não apenas assistirmos na tela, mas também participarmos.
Além de cineasta, Peixoto era poeta, passava o tempo todo escrevendo. Passou quase 40 anos de sua vida, isolado na Ilha Grande, numa casa batizada de Mansão do Morcego, cercado por antiguidades e por uma aura de mistério. Todo grande mito da cultura é, em geral, composto de doses fartas de genialidade e umas pitadas de segredo, um charme desejável por seus admiradores.
Antes de seu "exílio" na ilha, Peixoto até tentou voltar a filmar. Em 1932, ele queria muito fazer Onde a Terra Acaba, em parceria com Carmen Santos (a prostituta de Limite), mas por falta de recursos e brigas não o realizou: ela se queixava de que ele sempre mexia em tudo, buscava novos ângulos e queria ter a última palavra e o controle absoluto sobre toda a produção. "Ele era fanático pela perfeição e, mesmo que nunca chegasse a alcançá-la, sempre buscou algo superior à sua capacidade", disse ela.
Eu sempre ouvi falar de Limite, mas nunca tinha visto o filme. Primeiro eu consegui ver um documentário que fizeram sobre a vida de Peixoto, o Onde a terra acaba. Este documentário tem a direção de Sérgio Machado, e também conta com Cacá Diegues, Walter Salles, Rui Solder, Ruy Solberg, Nelson Pereira dos Santos e Matheus Nachtergaele. Adorei este documentário e minha vontade de ver Limite só aumentou.
Neste ano eu consegui vê-lo, foi lá no CCH. Vocês imaginam o que é ver um filme mudo de quase duas horas? Uma loucura...o filme realmente é muito bom, tem ótimos enquadramentos, efeitos, jogos de câmera...e, além do mais, o filme tem uma trilha sonora muito emocionante.
Não sei quando vou ver Limite denovo, espero que seja em breve. Torço para que ele, como outras pérolas sejam lançadas algum dia em DVD e possam ser difundidas pelas pessoas. A extrema maioria dos brasileiros desconhece esse grande clássico.
Mário até hoje não foi devidamente reconhecido por seu trabalho. Infelizmente isso não acontece somente com sua obra, a maioria dos gênios não são compreendidos.

Dentro de ti
neblinas se rasgaram
como compreensões
geradas
de catástrofes – como as pálidas tiras de luz
que após os ventos
em síncope – se
deixam às praias
pelo olhar líquido e amainado,transmudando
o que tardiamente
rolaram como inútil. ["Votivo", Poemas de permeio com o mar II.]