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terça-feira, agosto 30, 2011

Alienação como uma doença do eu

A alienação do pensamento não é diversa da alienação do coração. É como alguém acreditar que pensou alguma coisa, e que sua idéia é resultado de sua própria atividade de reflexão; a verdade é que transfere seu cérebro para os ídolos da opinião pública, os jornais, o governo ou um líder político. Acredita que estes expressam seu pensamento, quando na realidade ele aceita os pensamentos dessas personalidades como se seus fossem, porque as escolheu para ídolos, deuses da sabedoria e do conhecimento. Precisamente por essa razão, depende dos ídolos, sendo incapaz de sustar sua idolatria. É escravo deles porque lhes confiou seu cérebro.
Erich Fromm (1900-1980). Meu encontro com Marx e Freud.

sexta-feira, maio 06, 2011

Sustentabilidade????



Uma discussão minimamente decente sobre esse tema não pode excluir o dano que a cultura do consumo propaga nas mentes hoje em dia. A busca por propagandas criativas gera monstruosidades como essa destacada abaixo:










Comentários da internet sobre a propaganda (Renault Fluence):
"É um absurdo uma propaganda que mostra um cara colocando fogo no próprio carro. Em tempos de vandalismo, esse é um péssimo exemplo, principalmente para as crianças que imitam tudo o que veem! Para mim as melhores propagandas são aquelas que conseguem unir beleza, encantamento e boas atitudes para a vida das pessoas. Eu penso que assim conseguem associar suas marcas a coisas legais. Agora eu associo Renault=Irresponsabilidade."


"Qual é o teu problema?Essa é uma das melhores propagandas que eu já vi...propagandas tem que ser engraçadas e chamar a atenção do público...muito criativa,perfeita!Essa propaganda não faz apologia a merda nenhuma,só pode que tu é uma bixinha que quer dar uma de crítico!"
"excelente, parabéns ao pessoal do marketing, uma das melhores propagandas de 2011"




O homem está hoje em dia fascinado pela possibilidade de comprar mais coisas, coisas melhores e, acima de tudo, coisas novas. Está sedento de consumo. O ato de comprar e consumir converteu-se em uma finalidade compulsiva e irracional, porque é um fim em si, com pouca relação com o uso ou o prazer das coisas compradas e consumidas. Comprar a última engenhoca, o último modelo de qualquer coisa que apareça no mercado, é o sonho de todos, em comparação com o que o prazer real do uso é bastante secundário. O homem moderno, caso ousasse falar claramente de sua concepção do céu, descreveria uma visão que pareceria a maior loja de departamentos do mundo, apresentando coisas e engenhocas novas, e ele entre elas com dinheiro bastante para comprá-las. Andaria boquiaberto por esse céu de engenhocas e mercadorias, sendo condição apenas a de que existisse número cada vez maior de coisas novas para ele comprar e, talvez também a de os seus vizinhos serem um pouco menos privilegiados do que ele.


Erich Fromm (1900-1980). Psicanálise da sociedade contemporânea.