quarta-feira, março 30, 2005

Quem disse que iremos passar fome??


Antropologia para todos os bolsos

A Anthropos Consulting é a primeira empresa mundial de Antropologia Empresarial. Utiliza os métodos da antropologia para estudar e propor soluções criativas e adequadas à realidade cultural e social das empresas e organizações visando o seu completo desenvolvimento e obtenção de resultados voltados para o mercado em que atuam.
Entre seus clientes principais encontram-se com serviços prestados, desde 1984, mais de 600 das maiores empresas brasileiras e internacionais como:
AmBev (Brahma/ Skol/ Antartica), Souza Cruz, IBM, Grupo Verdi, General Motors, Mercedes-Benz, International Paper (Champion, Papel e Celulose), Grupo Brasmotor (Embraco, Brastemp/ Consul), Banco Itaú, Citibank, Unibanco, BankBoston, Electrolux, NUTRON e outras empresas e organizações nacionais e multinacionais.
http://www.anthropos.com.br/conteudo.php?id=99&cat=5 ==> conheça o professor Marins

terça-feira, março 29, 2005

ANTROPÓLOGOS AO PODER!!!!!

Essa é uma dica do Fernando para os antropólogos famintos pelo capital. A saída é essa...

Apesar de não ser novidade, a Antropologia Industrial assume cada vez mais um papel de destaque nas organizações. E ameaça destronar o todo-poderoso marketing.

Por muito estranho que pareça, as empresas recorrem cada vez mais aos antropólogos para identificarem não só as necessidades dos seus clientes como dos próprios funcionários. Porquê? Ninguém melhor que eles consegue estudar o comportamento humano. O que é certo é que, apesar de esquecidos durante muito tempo pelos seus parceiros académicos, os antropólogos industriais começam finalmente a ter aceitação no universo empresarial. E muitos nem precisam de terminar o curso para terem um lugar garantido numa empresa.

Como tudo começou

A Antropologia Industrial nasceu há 20 anos, quando as lendas da Antropologia Aplicada, Lucy Suchman e Julian Orr, se instalaram no Centro de Pesquisa da Xerox, em Palo Alto, para estudarem a forma como as pessoas interagiam com a tecnologia. Desde essa altura, antropólogos, psicólogos e outros cientistas sociais infiltra-ram-se nas empresas disfarçados de «etnógrafos» e «avaliadores».As empresas apostam cada vez mais na pesquisa do consumidor, avaliando os produtos tecnológicos antes do seu lançamento, e por isso a entrada de cientistas sociais nas empresas tem vindo a aumentar significativamente nos últimos anos. Pode até soar como um capricho da chamada «Nova Economia», mas o certo é que os serviços destes profissionais tornaram-se mais importantes que nunca na procura do conhecimento sobre os «apetites» e características dos consumidores. Com o boom tecnológico, o estudo das pessoas no seu habitat natural — normalmente a casa — e o aconselhamento das equipas de design industrial por parte de antropólogos ganhou mais importância. Principalmente porque diversos estudos mostraram que pelo menos 75% dos novos produtos falhavam pela inexistência de mercado. Tendo em conta que o fracasso de qualquer produto da indústria tecnológica implica custos elevados, as empresas encontraram a «tábua de salvação» nos antropólogos, procurando os seus conselhos durante as fases iniciais de desenvolvimento de um novo produto.
Antropologia versus Marketing

Pode até parecer mais do domínio do departamento de marketing, mas existem diferenças significativas entre as duas áreas. O Marketing consiste em encontrar um grupo-alvo para um determinado produto ou serviço e vendê-lo, enquanto a Antropologia descobre como o produto vai ser utilizado, se é que alguma vez isso vai acontecer. Aqui, os questionários e grupos de foco, tão utilizados pelos marketeers, são colocados de parte, em benefício do estudo do comportamento.Analisando o modo como as pessoas vivem e como os produtos se adaptam a esses estilos de vida, os antropólogos afirmam conseguir obter mais informações que aquelas que os marketeers recolhem nos questionários que fazem aos consumidores. Isto porque muitas vezes os inquéritos reflectem aquilo que os consumidores acreditam ser a melhor resposta a dar, e não aquilo que realmente pensam.Squires argumenta que a função do antropólogo dentro de uma organização é a de advogado do consumidor: «É melhor ajudar a encontrar produtos que as pessoas realmente precisem que convencê-las a adquirirem coisas de que não precisam ou que não querem», justifica a antropóloga industrial.
Empresas seguidoras

Se lhe dissessem que o bem sucedido modelo «PT Cruiser», da DaimerChrysler, tem a mão de um antropólogo acreditava? Por mais estranho que pareça, é mesmo verdade. Também a antropóloga Susan Squires necessitou de aconselhar um engenheiro a não criar uma máquina de lavar que «falava» com a máquina de secar simplesmente porque era possível fazê-lo. Um outro antropólogo conseguiu evitar que um engenheiro da Motorola produzisse uma televisão que podia ser aplicada num cinto. Talvez fosse uma ideia interessante e inédita, mas nunca aquilo de que o mundo estava à espera, ou precisava.
A equipe da consultora de tecnologia Sapient conta com 70 antropólogos industriais, cuja função consiste no aconselhamento sobre a forma de criação de produtos de fácil utilização. E não há despedimentos que os aflijam.
No Grupo de Pesquisa de Práticas e Pessoas da Intel, a Antropologia Industrial também não foi deixada ao acaso. Genevieve Bell é responsável por investigar a forma como as famílias de diferentes países se sociabilizam e de que modo a tecnologia está presente nas suas vidas. Após longas horas de trabalho de campo, Bell chegou à conclusão de que a família europeia passa grande parte do seu tempo na cozinha, pelo que os computadores teriam de ser suficientemente pequenos para se adequarem a esse espaço. Pelo contrário, na China, as cozinhas são muito pequenas e as pessoas não permanecem muito tempo nesse espaço, o que, segundo Bell, «deita por terra a ideia de um produto para todo o mundo».
Comum a todas estas empresas está a crença de que as ferramentas da pesquisa etnográfica — como a observação minuciosa, a entrevista subtil e a documentação sistemática — permitem responder a diversas questões sobre as organizações e os mercados que as ferramentas tradicionais não conseguem.
A ética antropológica

Este apetite voraz das organizações pelos antropólogos industriais tem originado algum desconforto no mundo académico tradicional. Marietta Baba, presidente do Departamento de Antropologia da Wayne State University, em Detroit, não esconde o seu receio face à possibilidade de as empresas violarem o Código Deontológico dos Antropólogos, que determina que os profissionais não podem utilizar os seus conhecimentos na promoção de produtos ou serviços que posteriormente se revelem prejudiciais ou desnecessários. Porém, os colégios e universidades procuram cada vez mais professores com experiência no mundo dos negócios para ensinar aqueles que são chamados de «antropólogos praticantes». Destronando, ou não, os marketeers, a Antropologia Industrial é, sem dúvida, um trunfo para o sucesso de uma empresa.
http://www.centroatl.pt/edigest/edicoes2001/ed_jun/ed80linha-da-frente-mrkt.html

domingo, março 13, 2005

Insônia Schopenhauer


esqueça...

Se quereis a certeza das diferenças entre o prazer e a dor, comparem a impressão do animal que devora outro, com a impressão do devorado. (SCHOPENHAUER)

A VIDA É DÔR
Quem deseja, sofre; quem vive, deseja; a vida é dor.
Quanto mais elevado é o espírito do homem, mais sofre.
A vida não é mais do que uma luta pela existência com a certeza de sermos vencidos.
A vida é uma incessante e cruel caçada onde, às vezes como caçadores, outras como caça, disputamos em horrível carnificina os restos da prêsa.
A vida é uma história da dôr, que se resume assim: sem motivo queremos sofrer e lutar sempre, morrer logo, e assim consecutivamente durante séculos dos séculos, até que a Terra se desfaça.

empírico imediato

sexta-feira, março 11, 2005

Comunismo, Smurfs, KKK e afins


Ernesto Bebê Smurf?

Acredito que esta realmente é a maior análise que já li na internet. O "empírico imediato" é pouco perto da bestialidade desta matéria. Como nas Ciências Sociais o mercado do exótico é um ingrediente muito presente e estimulante, não vi barreiras para adiciona-lo para instigar a reflexão científica e para descobrirmos a essência disso tudo.
O meu discurso está impregnado de elementos Ariovaldianos. Tenho que ser assim, se não o André me chama de liberal e não me aceita mais como amigo. Espero que gostem...


Muito se especula a respeito do caráter comunista da Vila dos Smurfs. Afinal de contas, a história em quadrinhos criada pelo belga Pierre Culliford (também conhecido como Peyo), na década de 50, foi publicada pela primeira vez no auge da Guerra Fria. Os estúdios Hanna Barbera transformaram-na em desenho animado somente no início dos anos 80, quando a decadência do regime soviético ainda não era iminente. Desde então, argumentos tentando comprovar o caráter marxista da obra não faltaram.
O que se disseminou entre as gerações que conheceram os pequeninos personagens azuis é que o desenho, mais do que a história em quadrinhos, é em si mesmo uma propaganda do comunismo. Nem Nadia Comaneci, a ginasta romena nota dez nas Olimpíadas de Montreal em 1976 foi tão bem sucedida na propaganda do regime comunista. Aposto que, se Lênin tivesse imaginado o poder de propaganda desses personagens, teria incluído mais um "S" na sigla da União Soviética: URSSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas dos Smurfs! Ironias à parte, o fato é que existem muitos estudos sérios que tratam do assunto e seus argumentos têm se mostrado extremamente pertinentes. De acordo com a teoria do "comunismo azul" reinante na Vila, o Gargamel seria uma alegoria aos Estados Unidos. Isso porque o vilão ganancioso deseja o tempo todo transformar os Smurfs em ouro, numa clara alusão à coisificação das pessoas, inerente ao capitalismo.
Além disso, há inúmeras outras coincidências com o discurso comunista. O Papai Smurf, por exemplo, seria uma alusão a Karl Marx, já que é admirado pelos demais Smurfs por sua idade e sabedoria. A tese baseia-se nas "semelhanças físicas" entre os dois, evidenciada pelo uso do vermelho e a farta barba branca do Papai Smurf (não que um velhinho de barba branca e roupa vermelha também não pudesse ser o Papai Noel). A tese vai mais longe. De acordo com ela, o Smurf Gênio poderia muito bem ser o Trotsky, já que sua sabedoria se assemelha à de Papai Smurf e, freqüentemente, ele é ridicularizado e ejetado da Vila. Vale lembrar que Trotsky foi banido da União Soviética em 1929... Mais uma coincidência relevante: todos os Smurfs são iguais, a despeito da atividade que desempenham ou de suas habilidades intelectuais. Ainda, não há propriedade privada na Vila dos Smurfs: a terra e os instrumentos são de todos. Entretanto, o fator que mais fortalece a tese de que os Smurfs são uma propaganda do regime comunista é que, de fato, não há igrejas na Vila. Não há, por exemplo, um Padre Smurf. Assim como os marxistas, os Smurfs são ateus: acreditam, apenas, na força da natureza.
A comparação com o comunismo não acaba por ai. Há quem delire, quer dizer, afirme que o Bebê Smurf representa ninguém menos que Che Guevara. Isso porque ele teria sido fruto de um "deslize" do Papai Smurf com a Smurfette (para quem não sabe, ela foi criada pelo Gargamel para seduzir os Smurfs, mas acabou "passando para o outro lado da Força" graças ao Papai Smurf), ou seja, resultado da união entre o socialismo e o capitalismo. Acredito que, se levássemos para esse lado e, claro, tomássemos algumas doses cavalares de LSD, poderíamos dar outros vários exemplos resultantes do hibridismo entre socialismo e o capitalismo que não o Che Guevara. Pode-se comparar essa união à China ou, para os que preferem os exemplos ocidentais, o welfare state europeu. Eu, pessoalmente, iria mais longe e diria que o resultado do casamento socialismo x capitalismo é a terceira via adotada no Reino Unido. Cruzes! Fosse o Bebê Smurf orelhudo, ele seria o Tony Blair! Há pessoas que levam essa "semelhança" tão a sério que chegam a afirmar que o desenho é uma criação do governo soviético, na intenção de infiltrar seus ideais no seio da sociedade americana antes de invadir os EUA. Dão graças a Deus, inclusive, pela criação dos Comandos em Ação...
Entretanto, tem pipocado na Internet uma outra visão da propaganda na qual estaria imersa a Vila dos Smurfs, creditada à estudante Lisa Chwastiak. Segundo sua teoria, os Smurfs seriam, antes, supremacistas brancos, e não comunistas. Para ela, Peyo, falecido em 1992 aos 64 anos, era um nazista. Inclusive, ele seria afiliado à Ku Klux Klan (KKK), organização racista norte-americana.
Seu argumento também parte de princípios e argumentações relevantes. Em primeiro lugar, Lisa não acredita ser mera coincidência o vilão se chamar Gargamel: além de nome e características físicas judaicas (cabelo escuro, pele clara e nariz proeminente), o vilão ainda carrega todo o estigma de preconceitos contra judeus que permeou, principalmente, a Alemanha de Hitler: um indivíduo mesquinho, sujo, que morava numa casa velha e se vestia de preto.
Além do mais, Lisa não despreza a semelhança entre o Papai Smurf e o Grande Dragão, forma pela qual os líderes da KKK são conhecidos: ambos usam um chapéu pontiagudo vermelho e seus seguidores usam chapéus pontiagudos brancos. Ainda, a estudante afirma que existem inúmeros episódios em que os pequeninos seres azuis dançam em torno de fogueiras, a exemplo dos membros da Klan.
Para finalizar, Lisa afirma que, entre os Smurfs, por "coincidência", a única mulher possui, justamente, um arquétipo ariano, evidenciado por seu longo cabelo dourado. É exatamente o ideal de beleza idolatrado por Adolf Hitler para sua sociedade germânica. Além disso, como forma de demonstrar a arraigada crença na supremacia branca trazida à tona pelo desenho, os episódios em que os Smurfs são malvados são justamente aqueles em que eles deixam de ser azuis para se tornarem negros. (tirado da Revista de Cultura Pop)

terça-feira, março 08, 2005

A eleição de Severino Cavalcanti para a presidência da Câmara dos Deputados e a exposição das dificuldades de mudança política no Brasil


Severino Cavalcanti

A professora de sociologia da UEL, Maria José, publicou um artigo muito interessante sobre a atual conjuntura política brasileira. Deixo um breve pedaço que tirei do Espaço Acadêmico www.espacoacademico.com.br . A íntegra deste artigo está em: http://www.espacoacademico.com.br/046/46crezende.htm

A eleição de Severino Cavalcanti com 300 votos, dos quais uma parte vem justamente de deputados acomodados postiçamente a partidos (como o PMDB) que dão sustentação ao governo, trouxe à tona perdas irrecuperáveis para a sociedade brasileira, já que o que há de mais atrasado, mais retrógrado no campo político, foi o vencedor. Não se deve esquecer que o presidente da Câmara recém-eleito, além de um passado de apoio à ditadura militar é hoje um defensor de formas de trabalho desobrigadas de qualquer respeito às leis trabalhistas. Defendendo os produtores das acusações de manterem trabalhadores sob regime de trabalho escravo, ele afirmou em discurso na Câmara, em março de 2004, o seguinte: “Milhares de bóias-frias são deslocados para as fazendas conforme o trabalho que surge. Fica difícil para o produtor (...) registrar esse trabalhador pelo espaço de um ou dois dias, ou curtos períodos de tempo. (...) É preciso desconhecer a realidade das condições e dos costumes regionais para exigir de um produtor ou de um fazendeiro, nas matas da Amazônia ou no sertão nordestino, privadas no meio do mato, chuveiros ou água tratada (...), alojamentos com camas e colchões para trabalhadores que mesmo em suas casas, habitualmente dormem em redes” (CAVALCANTI, 2005c, p. 6). Com um posicionamento dessa natureza não é difícil imaginar quais foram os deputados que o enxergaram como um representante de seus interesses. Revela-se, assim, que os inúmeros deputados que servem como massa de manobra até mesmo para os governantes se viabilizarem no poder, acabaram por se revelar, num episódio como esse, o quanto mantêm intactas as suas convicções essencialmente voltadas para a manutenção do status quo e, portanto, do que há de mais grave nesse país: a exclusão social e política.

A fábula do tucano e do sapo barbudo


Sapo barbudo e o príncipe

Texto publicado em 1 de março de 2005 na coluna semanal escrita por Arnaldo Jabor no jornal O Globo.

Por que me odeias, ó, sapo barbudo? — perguntou o tucano. — Achas que eu sujo a água que bebes no rio do Poder? Talvez porque, enquanto tu trabalhas como formiga no governo, eu canto e danço como cigarra na oposição? Por que me odeias, sapo barbudo?
O sapo barbudo respondeu:
— Eu é que pergunto por que você me despreza, do alto de seus galhos, com seu bico de doutor nefelibata? Só porque eu vim da caatinga, porque não pude estudar e vendi picolé no cais do porto?
O tucano replicou:
— Não, caro sapo, eu não te desprezo, eu até te invejava quando surgistes, um súbito símbolo irrompendo no mundo universitário. A tua figura de jovem sindicalista com a barba negra, teus gestos épicos diante da massa de metalúrgicos nas greves me deram muita inveja. Nós da USP nunca tínhamos visto um operário real. Conhecíamos alguns encanadores, faxineiros de nossas casas, entregadores de pizzas, mas tu surgistes como uma estátua leninista, e viestes preencher os sonhos infantis de intelectuais paulistas. Nós, trêmulos professores, te amamos como uma alegoria viva, foice e martelo na mão com o dedo decepado, pois tua eras a primeira novidade da esquerda pós-64. Tu fostes o primeiro operário do Brasil. Algumas professoras nos desprezaram na gincana sexual da USP e foram “dar” para ti, esperando um elixir ideológico que as vivificasse...
Esse diálogo do sapo com o tucano, na beira do rio, era ouvido por toda a “baixa bicharada” da floresta: toupeiras, cachorros do mato, ratões de campos, cobras criadas, aranhas fisiológicas, baratas leprosas, botos tucuxis, vermes evangélicos, todos os bichos atrasados do mato seguiam a conversa dos dois. Havia entre eles uma animação nunca vista nos últimos anos, entre brejos e tocos queimados por grileiros.
Eles vão brigar de vez! Está chegando nossa hora! — grunhiu uma toupeira para uma barata leprosa.
— Estamos diante de um alvorecer! — concluiu um rato de campos.
O sapo barbudo insistiu:
— Não; você me despreza, sim...
— Não! — redarguiu o outro. — Nós tucanos até criamos um partido por tua inspiração. Vimos que tu tinhas dado um “corte epistemológico” na política do país, que deveria ser negocial e prática, sem bandeiras utópicas. Aprendemos com tua ignorância sábia e fundamos o tucanário do PSDB. Infelizmente, surgiram os urubus leninistas, nostálgicos de revolução...
Um murmúrio percorreu a “baixa-bicharada” que ouvia em suspense:
— Isso! Benditos sejam nossos aliados, os marxo-urubus , que transformam toda carne nova em carniça, que apodrecem as inteligências progressistas! — ganiu um cachorro do mato.
— Essas toupeiras de esquerda — inflamou-se o tucano — foram transformando tua sabedoria instintiva em babaquices ideológicas, tu virastes aos poucos o líder das mulas da revolução imaginária, e tua toca abrigou todos os asnos da utopia. Nos últimos 20 anos, tu fostes o símbolo de um futuro impossível. Mas, com na floresta do Brasil tudo acontece por acaso, um bichinho estranho mudou nosso destino, sapo amigo, quando o Tancredo, a sutil raposa mineira, foi eleita nas “indiretas”, depois dos anos-gorilas. Um microbinho enfiou-se em sua barriga e matou-o na hora da posse. Quem o substituiu foi outra raposa, nordestina, bigoduda, que levou o país até 80 por cento de inflação ao mês... lembras-te? Depois dele, veio um lobo com pele de cordeiro, ou melhor, um abutre com cara de águia cercado de carcarás e calangos da caatinga, que fez tanta maracutaia que acabou expulso. Em seu lugar, entrou um jeca-tatu que teve, por acaso, o mérito de me lançar para presidir a zorra da floresta — enfunou-se o tucanão.
— E você me derrotou, eu que queria reinar há duas décadas...
— Sim, venci; mas esperava ter o teu apoio, sapinho, pois éramos parecidos, sabíamos que nossa dupla podia ser um sucesso. Mas teus urubus leninistas me massacraram por oito anos, se aliando até com os vermes mais sujos para me infernizar...
— É que “sapo não pula por boniteza, mas por precisão”, senhor tucano. E meu conselheiro, o urubu-rei Dirceu, mandou eu te atacar...
— E agora... estás pagando caro, amigo sapo; castigo anda a cavalo... Eu sempre te admirei pela tua inteligência prática, mas agora tu estás me xingando em público, me culpando por um passado que conheces, dando ouvido a antas rancorosas. Tu preferes te aliar com a pior das lacraias que a mim. Queres que eu morra com a boca cheia de formigas, esquecendo, ingrato, do tempo em que distribuíamos panfletos na porta da Volks... Devíamos ser irmãos.
O sapo sufocou um soluço emocionado.
— Tem razão; vamos nos unir então, companheiro tucano, seremos invencíveis!
Houve um frêmito de pavor na “baixa bicharada” suja. Gemiam: “se eles se unirem estamos campados!” — disse um ratão de Belém. Alguns bicharocos começaram a rezar.
— Vamos à luta, irmão sapo! Nós dois somos uma exceção nessa floresta suja. Unidos, consertaremos essa bosta. Não precisaríamos nos aliar com essa minhocas e baratas descascadas, chefiadas por esse bicho-severino, bicho feio, que já tomou a Câmara. Unidos venceremos!!!
Neste momento, uma hiena salvou tudo. Começou a gargalhar, uivando de ironia, interrompendo o interlúdio afetivo que despontava. O tucano deixou cair a bicanca tristemente e soluçou:
— Infelizmente, ambos queremos ser “hegemônicos”, companheiro sapo...
— Queremos ser... o quê?
— Ahh... ahh... nós dois queremos mandar sozinhos. Mas os terroristas do Hamas do PT não vão permitir nossa união...
(Ao longe, uns poucos veados românticos começaram a chorar...)
— Nosso reinado será breve, sapinho... As lacraias já estão tomando o poder...
— Que sempre foi nosso! — berrou um macaco-prego em coro com porcos, javalis, aranhas e piranhas. E o tropel da bicharada suja, com urros, zurros, ganidos, vagidos, arrotos, ronqueiras, “coaxos”, encheu os céus do país.
E, aí, o tucano voou e o sapo ficou “cururu”, na beira do rio. E a arraia miúda, a escória da floresta, invadiu para sempre o “pudê”.

Moral: Em terra de lacraia, tucano não “avoa” e sapo morre afogado.

sábado, março 05, 2005

Fórmulas milagrosas

por Dráuzio Varella

Adquira o corpo que pediu a Deus sem nenhum esforço: apenas duas cápsulas por dia! Popularíssimas no Brasil -terceiro consumidor no ranking mundial-, as fórmulas magistrais para emagrecimento atendem a esse apelo mágico.
O que são essas fórmulas, prescritas por médicos com diploma na parede, para serem aviadas em farmácias de manipulação legalmente autorizadas a fazê-lo, mas também vendidas na clandestinidade e até pela internet?
Fórmulas para emagrecer constituem exemplos didáticos de polifarmácia. A fórmula típica contém de cinco a 15 componentes: uma substância "tipo-anfetamina" (fenproporex e dietilpropiona são as mais empregadas), tranqüilizantes benzodiazepínicos (geralmente diazepan ou clordiazepóxido), agentes tireoidianos (triiodotironina, tetraiodotironina, triac, triatec), diuréticos (furosemida, hidroclortiazida etc.), agentes gastrointestinais (cimetidina, fenolftaleína, dimeticona etc.), uma variedade de produtos vegetais (cáscara sagrada, cavalinha, Fucus vesiculosus e outros representantes da exuberante biodiversidade brasileira), antidepressivos como a fluoxetina e a sertralina, vitaminas, cloreto de potássio, propanolol e o que mais a imaginação for capaz de criar.
Se a boa prática médica recomenda cautela ao associar duas drogas, pela dificuldade em prever interações medicamentosas, como justificar essas prescrições mirabolantes?
Elas se baseiam numa lógica que os estudantes de medicina jocosamente apelidaram de "princípio da cascata", segundo o qual sempre há de existir um remédio para combater os males provocados por outro.
Drogas do "tipo-anfetamina" como o fenproporex e a dietilpropiona agem no sistema nervoso central provocando diminuição do apetite. Mas, ao lado do efeito anorexígeno, provocam agitação psicomotora, insônia, irritação, nervosismo, ansiedade, tremores, excitação, boca seca, gosto metálico, náuseas, alterações do hábito intestinal. Para combatê-los, a fórmula contém os tranqüilizantes diazepínicos, laxantes, antidepressivos, antiácidos etc.
Outra peculiaridade dessas prescrições é a generosidade com que são incluídos hormônios tireoidianos sem qualquer indicação clínica ou laboratorial, só sob o pretexto ridículo de fazer trabalhar "tireóides preguiçosas". Doses maciças desses hormônios, como as utilizadas em tais ocasiões, conduzem ao hipertireoidismo, doença em que alguns dos sintomas se somam e se confundem com os efeitos indesejáveis dos anorexígenos (agitação, irritabilidade, tremores, taquicardia, alterações intestinais), além de causar perda de massa muscular, osteoporose e queda de cabelo, entre outros inconvenientes.O trágico é que os incautos compradores dessas cápsulas pela internet ou diretamente dos traficantes não têm a menor idéia das drogas nelas contidas: não existe prescrição nem bula, e os rótulos trazem nomes fantasiosos como Emagrecedor Número 2 ou Emagrecedor Natural.
Nem por isso os clientes que recebem prescrições das mãos dos médicos ficam em situação mais confortável. Estudo conduzido pela doutora Solange Nappo e por colaboradores da USP mostrou que, em 107 consultas com prescrição de fórmulas, apenas um médico falou da existência de efeitos colaterais, somente cinco advertiram para não aumentar as doses prescritas, e sete, para evitar gravidez. Nenhum deles sequer mencionou que anfetaminas e barbitúricos causam dependência química.Já em 1983 um boletim da Organização Mundial da Saúde advertia: "A indução de dependência por barbitúricos está claramente demonstrada (...) Essas drogas devem ser reservadas para pacientes que sofrem de ansiedade clínica bem definida". Bastam três meses de uso (às vezes, menos) para que sejam criadas dependência química e síndrome de abstinência à retirada abrupta.
Em relação às drogas do "tipo-anfetamina", a dependência leva à tolerância e, conseqüentemente, ao aumento de doses por conta própria. Aí reside o perigo maior: ao dobrar ou triplicar o número de cápsulas diárias, o usuário duplicará ou triplicará as doses de hormônio tireoidiano, diurético, benzodiazepínico, antidepressivo, laxante e o diabo que houver, correndo o risco de perder a vida.
Por essa razão, a Anvisa proibiu a prescrição de anorexígenos como parte de formulações magistrais. Mas o que fazem aqueles interessados em burlar a lei? Prescrevem o anorexígeno separadamente e todos os demais componentes numa mesma fórmula; depois, mandam tomar uma cápsula de cada um, duas vezes ao dia.
O que faz a fama de determinada fórmula é o fato de os incautos suporem que a composição foi criteriosamente dosada para seus casos e de conhecerem alguém que perdeu peso ao tomá-la. De fato, há pessoas que emagrecem até dez quilos no primeiro mês de tratamento, mas, daí em diante, a perda fica progressivamente lenta, até que o ponteiro da balança pára de se mover e retoma a caminhada inexorável para o alto.
Com a auto-estima rebaixada e achacados por uma constelação de efeitos colaterais, os usuários, então, interrompem o tratamento e entram em crise de abstinência pela falta da anfetamina e do benzodiazepínico: sonolência, apatia, fraqueza, depressão, falta de memória, ideação suicida. A esses sintomas acrescentam-se os do hipotireoidismo, porque a tireóide previamente bombardeada pelas doses excessivas de hormônio declara greve por tempo indeterminado.
Derrotados em seu propósito de perder peso, os ex-usuários recuperarão num instante os quilos perdidos e ganharão outros mais até ouvirem falar na próxima fórmula milagrosa.

Um claro exemplo deste texto de Dráuzio é o filme Réquiem para um sonho. Se você ainda não viu esse clássico não perca mais tempo. É um filme belíssimo e muito bem dirigido por Darren Aronofsky, e também conta com elenco excelente.
Sara Goldfarb, senhora idosa, tem um filho viciado, Harry. O filho vive roubando a TV da mãe para comprar drogas. Sara, pacientemente, sempre pega a TV de volta, já que não vive sem seu programa predileto, um show de auditório que a faz ficar quase hipnotizada. Num dia de verão, ela recebe por carta um formulário para aparecer no programa. Quase flutuando de tanta emoção, Sara deseja muito poder emagrecer para caber num velho vestido vermelho seu, antigo. Depois de tentar uma dieta, ela resolve começar a tomar pílulas para emagrecimento. E por ai vai... não vou contar mais nada do filme.
Ellen Burstyn, que faz Sara Golgfarb, foi indicada ao Oscar. E pra quem não acredita que o Oscar muitas vezes nada é do que uma grande tapeação, Ellen Burstyn perdeu o Oscar que era seu para uma tal de Julia Roberts. Sara Goldfarb é a interpretação de uma vida. É a alma que todo mundo da platéia deseja salvar, mas infelizmente não pode. Nunca na minha vida eu me senti tão impotente. Poucas vezes a degradação humana me chocou tanto.

"Eu percebo, sem nenhum terror, a desunião das moléculas de minha existência" (Marquês de Sade)

quarta-feira, março 02, 2005

Levi-Strauss destaca importância do período em que viveu no Brasil

tirado do Le Monde
"O Brasil representa a experiência mais importante da minha vida", afirmou o etnólogo Claude Levi-Strauss, um dos mais importantes intelectuais franceses do século XX, às vésperas do início do Ano do Brasil na França. Em entrevista ao jornal "Le Monde", o autor de "Tristes Trópicos" (1955) assinala que sente "uma dívida muito profunda" com o Brasil, aonde chegou em 1935, aos 27 anos, para ensinar sociologia em São Paulo, e estudou as sociedades primitivas amazônicas, como os índios Bororos, Caduveos ou Nambikwaras.
Essa experiência, de quatro anos, serviria de base à construção teórica da antropologia estrutural de Levi-Strauss, que aos 96 anos decidiu romper seu silêncio midiático por causa do Ano do Brasil na França, que começará em março. "O Brasil representa a experiência mais importante da minha vida, que teve um papel determinante na minha carreira", explica o etnólogo, que após ir embora em 1939 só voltou uma vez, em 1985, para acompanhar o então presidente da França, François Mitterrand, na sua visita de Estado de cinco dias.
"Embora muito curta, essa estadia produziu em mim uma verdadeira revolução mental: o Brasil tinha se transformado em outro país", assinala Levi-Strauss, que evoca "a civilização em escala mundial". A cidade de São Paulo tinha passado de um milhão de habitantes para mais de 10 milhões, onde tinham desaparecido os rastros da época colonial, uma cidade "rodeada de quilômetros de torres", lembra. Levi-Strauss acrescenta que já nos anos 30 do século passado podia se observar no Brasil o fenômeno da formação acelerada das cidades.
Depois de observar que o vínculo entre o homem e a natureza "talvez tenha se rompido", assinala que "se pode entender que o Brasil, que se desenvolveu de forma tão considerável, tenha para a natureza a mesma política que a Europa na Idade Média, ou seja, destruí-la para instalar uma agricultura".
Em 1985, só pôde sobrevoar o território amazônico dos índios Bororos: "pudemos ver algumas aldeias com sua estrutura circular ainda, mas dotadas de pistas de aterrissagem". O antropólogo denuncia que os povos indígenas da Amazônia foram "mais ou menos exterminados", ao afirmar que só sobrevive "entre 5 e 10% da população original", mas destaca que alcançaram contato uns com os outros e "sabem agora o que ignoraram durante muito tempo: já não estão sozinhos no Universo".
Portanto, comenta, a etnologia "nunca mais será" a mesma que praticou, e "agora estamos em um regime de ´compenetração mútua´. Vamos para uma civilização em nível mundial" onde "provavelmente" aparecerão diferenças, mas não da mesma natureza, "serão internas, e já não externas". Perguntado sobre o futuro, Levi-Strauss responde que "estamos em um mundo ao qual já não pertenço". "O que eu conhecia e amava tinha 1,5 bilhão de habitantes. O mundo atual tem 6 bilhões. Já não é o meu. E o de amanhã, povoado de 9 bilhões de homens e mulheres (...) me impede de fazer qualquer prognóstico", conclui o intelectual francês.

Secretário do Audiovisual acusa Rede Globo por atraso na Ancinav

Depois de mais de um mês de silêncio, a discussão sobre a Ancinav (Agência Nacional do Cinema e do Audiovisual) foi reacesa na noite de anteontem. Segundo o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura, Orlando Senna, a agência deve começar a exercer suas novas funções -agora apenas fomentar e fiscalizar a produção audiovisual do Brasil- até o fim do ano. Enquanto o projeto da agência passa por adaptações, o marco regulatório (lei geral) da agência, segundo Senna, também está sendo trabalhado.
"A decisão do presidente Lula é que as duas coisas sejam feitas ao mesmo tempo, e não uma depois da outra. A lei está sendo trabalhada agora para que seja apresentada ao crivo da opinião pública", explicou o secretário durante debate com o cineasta Toni Venturi e o pesquisador do Centro Cultural Banco do Brasil André Gatti. O evento integra a Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes), que termina hoje, no Pavilhão da Bienal, no parque Ibirapuera, em São Paulo.
Senna responsabilizou a Rede Globo pelo atraso em torno da criação da Ancinav. "A Globo tentou, através de acusações incríveis, dizer que a Ancinav era uma ameaça para o futuro da liberdade de expressão. Na verdade, era para que se evitasse a discussão, para demonizar a agência. "Isso aqui é ditatorial, então é melhor nem discutir." Foi uma coisa falaciosa que atrapalhou bastante essa polêmica [o projeto]."
O secretário disse que a TV não aceita a regulação do setor ao qual pertence, mas que insiste pela regulação de empresas telefônicas. "O que ela [a Globo] disse foi "vamos botar isso [a regulação] mais para frente, porque nós temos que nos adequar aos novos tempos". Ou seja, a Globo quer, antes da regulação, que ela seja também uma tele ou que se associe a uma tele." Senna afirmou que a Globo teme que empresas de telecomunicações passem a atuar na criação de conteúdos.Em nota à Folha, o diretor da Central Globo de Comunicação, Luis Erlanger, afirmou: "Assim como muitos outros setores relevantes, a TV Globo vem defendendo publicamente um debate pela preservação da cultura brasileira, uma questão absolutamente estratégica para o país. Mas a decisão de buscar um caminho mais democrático neste processo coube exclusivamente à decisão pessoal do presidente da República". (tirado da Ilustrada)

13ª SEMANA MUNICIPAL DA MULHER

às 18h30 - Cinema Falado, exibindo o filme Colcha de Retalhos, com comentários da psicóloga Lisnéia Rampazzo
Onde: Teatro Zaqueu de Melo / Biblioteca Pública de Londrina
Dia 14 (segunda-feira), às 18h30 - Cinema Falado, exibindo o filme Olga, com comentários da cientista política Maria José Resende
Onde: Teatro Zaqueu de Melo / Biblioteca Pública de Londrina
Dia 21 (segunda-feira), às 18h30 - Cinema Falado, exibindo o filme A Conspiração, com comentários da socióloga Silvana Mariano
Onde: Teatro Zaqueu de Melo / Biblioteca Pública de Londrina
Dia 28 (segunda-feira), às 18h30 - Cinema Falado, exibindo o filme O Sorriso de Monalisa, com comentários da professora Nilza Rodrigues
Onde: Teatro Zaqueu de Melo / Biblioteca Pública de Londrina

A programação completa está no Guia Cult
http://www.bonde.com.br/guiacult/guiacultd.php?edicao=17

Tomate Seco Café Teatro, Videographic e Cultura Inglesa estão apresentando, desde o dia 9 de fevereiro, um ciclo de filmes ingleses. Iniciada com uma série sobre o Oriente, a idéia é muito louvável, uma vez que nos permite conhecer o ponto de vista de outras culturas, além da perspectiva do "way american of life", predominante no cinema.

Dia 2 de março (quarta-feira, hoje), às 21h00: LIAM Aclamado nos festivais de Toronto, Veneza e Londres, em 2000, "Liam" é considerado, pelos críticos de cinema, "um excelente filme britânico", feito com orçamento pequeno e que obteve muito sucesso no circuito internacional. Inspirado no livro "The Back Crack Boy" de Jimmy McGovern, conta, com extrema sensibilidade e realismo, a história do garoto Liam (Anthony Borrows) e sua família, na cidade de Liverpool, durante a depressão dos anos trinta, os conflitos com a Igreja Católica e também a chegada do fascismo na Inglaterra. Direção: Stephen Frears. Com: Ian Hart, Claire Hackett, Anthony Borrows. R$ 3,00

CINEMA EM VÍDEO / DVD
Com coordenação de Fernanda Jiran, o departamento cultural da Associação Médica de Londrina apresenta a seguinte programação em março:
Dia 5: Um Lugar no Coração (EUA / 1984) – com Sally Field, Ed Harris, John Malkovich, Danny Glover e direção de Robert Benton
Semana da Mulher: "A Psicologia Feminina", com a psicóloga convidada Ludmila Kloczak
Dia 12: Retratos da Vida (França / 1981) – com James Caan, Geraldine Chaplin, Fanny Ardant e direção de Claude Lelouch
Dia 19: Blade Runner, o Caçador de Andróides (EUA / 1982) – com Harrison Ford, Rutger Hauer, Sean Young e direção de Ridley Scott /
Apresentação: Isaías Dichi
Onde: Associação Médica de Londrina / Praça 1º de Maio, 130
Quando: aos sábados, às 17h00
Mais informações: (43) 3324.8719

terça-feira, março 01, 2005

Médici e a pátria de chuteiras


Soulfly

Quem gosta do Soulfly? Quem de vocês que se aventuram a ler alguma coisa neste blog frustrado já ouviu falar desta banda? Se você já ouviu com certeza deve ter alguma opinião crítica sobre o líder (Deus) desta banda. Não estou fazendo especulação ao imaginar que a maioria das pessoas se decepcionou com as atitudes do saudoso possessed.
Na vida, uma das coisas que dificilmente nos afastamos é do nosso passado. O que a gente é vem de uma série de elementos que vão moldando-nos com o passar dos anos. Somos frutos de nossa história, das nossas convicções e de nossos compromissos. Ninguém começa uma vida nova, ninguém se desvincula totalmente de seu passado. Não há como apagar o nosso ser cultural que foi lapidado e que está intrinsecamente envolto por nossas raízes. Roots Bloody Roots!!!
Posso estar exagerando, mas não podemos negar isso. Eu, como fruto do interior de São Paulo, nunca vou poder negar minha herança sertaneja. Com o Max eu penso mais ou menos assim também. O cara esqueceu-se da sua família, dos amigos, dos fans...Mas isso que escrevo não teria muito significado se a pessoa em questão quisesse realmente romper com o passado. O que acontece com o Max é que ele não é mais brasileiro. No entanto ele ainda posa de jungle boy que toca berimbau e tudo mais. Essa excentricidade vende que nem água no deserto, os gringos adoram coisas “diferentes”. A alteridade é um ingrediente a mais que disfarça o compromisso musical de algumas bandas. Carlinhos Brown e companhia ganham rios de dinheiro vendendo um Brasil que não existe.
Por onde anda Max Cavalera? Deve estar em alguma casa noturna dos USA tocando com o palco cheio de bandeiras canarinho, com uma camiseta da seleção brasileira e com a sua guitarra personalizada que tem imaginem o que estampada, a bandeira brasileira...Grande descoberta...Penso que hoje se explora um país, entre outras coisas, pela imagem que ele tem. É essa a imagem que o governo quer vender lá pra fora. Criaram até uma marca pra isso. Quanta hipocrisia!
Escrevo tudo isso porque o antigo site do Soulfly no Brasil está de volta. Os caras acabaram com a página em protesto ao descaso de Max e seus comparsas. Depois de muita pressão de fans o site voltou a ativa, mas agora mais crítico do que nunca. Acho que a frase que circulava no país nos anos 70 encontra agora um novo significado que pode ser entendido mesmo ao pé da letra. Brasil, ame-o ou deixe-o.


POR QUE O SOULFLY BRASIL VOLTOU AO AR?
Prezados internautas,
Depois de alguns meses fora do ar o Soulfly Brasil está de volta! Assim como tirar o site do ar, a volta também foi difícil. Podemos dizer que o motivo principal desta volta foram os inúmeros pedidos para que repensassemos nossa decisão. Esse contínuo apoio que sempre recebemos foi vital para que realmente chegassemos à conclusão que, maior que qualquer banda ou grande ídolo, são os fãs, que os colocam onde estão.
O Soulfly Brasil foi o primeiro site sobre a banda feito exclusivamente em português e hoje é o mais antigo em atividade na Internet. Os números nos orgulham e o apoio e o reconhecimento de todos nos motivam cada vez mais. Pelos fãs e para os fãs, o Soulfly Brasil está de volta!Não estranhem uma ligeira mudança de atitude da equipe com relação à banda. Com certeza estaremos mais críticos e livres para fazer o site. Mudamos nossa atitude para dar continuidade ao nosso trabalho, porque uma coisa que ninguém nos tira é a atitude e o respeito próprio!
Um grande abraço à todos e sejam muito bem vindos (novamente) ao Soulfly Brasil.Christiano, Duzinho e Johnny
Equipe Soulfly Brasil http://www.soulflybrasil.com.br/