sábado, novembro 27, 2004

Ilhas de sexo


Lucía e o Sexo

Apesar de não ter visto outros filmes de Julio Medem posso dizer que pelo menos ele é um diretor original. O filme Lucía e o sexo também tem um roteiro bem original, uma trama interessante. E é um filme que também, tem muito sexo.
Sei lá, eu adoro filme da Espanha, não sei se é porque eles são mais calientes, ou mais expressivos, mais dramáticos, mas eles são muito engraçados. Não é atoa que eu goste tanto do Almodovar. Acho que se é para chutar o pau da barra, então que chute com bastante barraco. Os roteiros espanhois têm sempre muitas conecções com os personagens, algo parecido como a novela brasileira, mas ao mesmo tempo, nada a ver. É aquela coisa que todo mundo vai se conhecendo e apesar de um não ter nada com o outro, no fim tudo foi de fatal importância para a narrativa.
A Lúcia do título é uma garçonete de Madri que viaja para uma ilha distante como forma de preservar/matar a memória do marido. Na ilha conhece Carlos e Elena, também marcados por uma ausência, a da filha morta. Mas, como costuma acontecer nos mitos e fábulas atemporais, é o próprio impulso para a evasão que faz com que cada personagem encontre o seu destino. Sentimentos e recordações se misturam, até apontarem para a possibilidade de uma redenção - o que dá ao filme um tom ao mesmo tempo melancólico e otimista. A interpretação de Lúcia e o Sexo daria margem a volumosos ensaios psicanalíticos: as experiências da perda e do prazer, da vida e da morte são exploradas com delicadeza e sofisticação visual. Mais um sinal de vitalidade do cinema espanhol.

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