Para me afirmar diante dos parentes apegados ao dinheiro, simulei a virtude um tanto ingênua do desprezo ao mesmo. Considerei-o como algo enfadonho, monótono, que não oferecia qualquer vantagem espiritual, e deixava cada vez mais secos e estéreis os que se entregavam a ele. Então, de repente, o vi por outro lado, um lado pavoroso - um demônio com açoite gigantesco, com o qual batia em todos, alcançando as pessoas em seus esconderijos mais secretos.
Elias Canetti (1905-1994), Uma luz em meu ouvido
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