terça-feira, maio 03, 2005

O Cucaracha mais brasileiro de todos


Iniciou sua carreira como cartunista, quadrinhista, foi colaborador de O Pasquim (1969). Em 1970 lançou a revista Os Fradinhos, seus personagens mais famosos e que possuem sua marca registrada: um desenho humorístico, crítico e satírico, com personagens tipicamente brasileiros e que retratavam a situação nacional da época.

Cresceu na periferia de Belo Horizonte, onde frequentou o Colégio Arnaldo da Ordem do Verbo Divino, um curso supletivo noturno e um curso superior de Sociologia, que abandonou depois de dois meses. Henfil morreu no Rio de Janeiro, em 04 de janeiro de 1988, com 43 anos. Era hemofílico e contraiu Aids através de uma transfusão de sangue.


O Banco do Brasil está fazendo uma exposição com os cartuns denúncia deste grande humorista. Apesar de não termos vivido e participado desta fase de protestos e lutas, de conquistas e perdas, ainda temos muito que apreender com personagens como este sincero cartunista. Os problemas observados e criticados por Henfil durante a década de 70 e 80 ainda persistem, as lutas e protestos, por um outro lado, nem tanto. Aqueles que ajudaram Henfil na luta de um Brasil com liberdade e justiça social nos anos 70 e 80, hoje, salvo algumas exceções, são os mesmos que expropriaram a classe trabalhadora de todas as conquistas históricas de longos anos de sangue e dor.

Henfil destilava um antiintelectualismo apimentado por uma xenofobia primária e disfarçado em preconceito contra o modismo cultural que realmente existia, ou existe:
"Esse pessoal é de moda, muda de filósofo, Marcuse, como quem muda de camisa. Muda de cantor como quem muda de cueca. Fica mudando porque não tem raiz nenhuma. Devido à formação estrangeira, vive de costas para o Brasil. O sonho deles é pegar uma bolsa de estudos para a Europa e ir passear ou trabalhar no Estados Unidos".
Bela questão para refletir a situação atual das ciências humanas.

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