terça-feira, abril 19, 2005

Torquemada do século XXI


Um balanço entre os conservadores e os progressistas na Igreja, Ratzinger X Boff
A primeira visita de João Paulo II ao Brasil, em 1980, dois anos após sua eleição, foi muito positiva para os progressistas, na avaliação de frei Beto, frade dominicano identificado com a Teologia da Libertação. ''Na época, o papa recusou-se a descer de helicóptero no II Exército, em São Paulo, e recebeu sindicalistas'', lembra o frei.
Em 1984, as relações entre o clero progressista e o papa já não eram mais tão calorosas. Depois de um longo período de divergência com a cúpula da Igreja, por causa de suas posições independentes, o frade franciscano Leonardo Boff, então com 44 anos, foi chamado ao Vaticano pelo prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, o cardeal alemão Joseph Ratzinger, pelo teor explosivo de seu livro Igreja: Carisma e Poder, no qual reprovava a estrutura hierárquica da Igreja. Boff foi recebido no dia 7 de setembro, poucos dias após Ratzinger ter publicado uma dura instrução, na qual acusava os religiosos que defendiam o movimento de cometer ''graves desvios teológicos''.
Boff entregou a Ratzinger um documento de apoio a seu trabalho com a assinatura de 50 mil brasileiros. Não bastou para que suas teses fossem condenadas. No dia 26 de abril de 1985 lhe foi imposto um ano de silêncio obsequioso, que Boff acatou. Em 1987 seu livro Trindade e Sociedade não foi publicado na Itália, por interferência de Ratzinger. Em 1991 foi obrigado a deixar o cargo de redator-chefe da revista Vozes e, no ano seguinte, proibido de lecionar. Em 26 de maio de 1992, Boff abandonou o sacerdócio para se casar com sua ex-secretária. Hoje, Boff escreve e viaja pelo mundo convidado para palestras. (tirado da Época)

O teólogo Brasileiro Leonardo Boff comenta o papado de JP II
O Pontificado de João Paulo II foi longo e complexo. Só lhe faremos justiça se o inserirmos dentro de um grande arco de questões que vinham ocupando a Igreja há muito tempo. Só assim ganharemos altura para ver seu real significado. Procuraremos ser o mais objetivos possíveis mas não indiferentes.
Qual a característica fundamental deste Papado? É a restauração e a volta à grande disciplina. Ele não se caracteriza por uma reforma, mas por uma contra-reforma. Ele representa a tentativa de sustar um aggiornamento (processo de modernização) que irrompera na Igreja a partir dos anos 60 e que estava tomando conta de toda a cristandade. João Paulo II, a pretexto de salvaguardar a identidade católica, deu uma freada vigorosa neste processo.
O texto completo se encontra neste site http://buscador.vieiros.com/comunidade/foros/read.php?f=9&i=39638&t=39638

Ratzinger só na espreita, esperando o velho "morrer".

Então Ratzinger foi o inquisidor de Boff...essa eu não sabia, fiquei sabendo agora a pouco pela Rede Bandeirantes quando cobria a “posse” do novo Papa. Achei algumas coisas na net sobre o tema, espero que gostem. Não vou escrever mais porque estou meio sem saco mesmo. Mas, se querem saber mais sobre essa história assistam o Canal Livre deste domingo que vai ao ar pela mesma rede de televisão.
Pra quem esperava um Papa brasileiro, sinto muito...Os colonizadores não iriam abrir espaço para os colonizados. O que interessa mesmo é a Europa no fim das contas, o resto que se foda.
Ser de terceiro mundo é isso mesmo. A gente tem a maior quantidade de títulos mundiais de futebol, e, no entanto a copa do mundo vai ser na Alemanha. Somos o país com o maior número de católicos do mundo, mas quem levou o pontificado foi um alemão.
Alguns minutos antes do Papa aparecer na sacada pensava eu como seria a narração de Kleber Machado:
- Hoje não! Hoje não! Hoje sim...

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