sexta-feira, maio 13, 2011
Aos que têm(em) fome
O ardil de dialética me fez acreditar no homem, ser supremo das contradições, artefato herege dos mitos irracionais.
A narrativa do sentido se apequena em meio a intrasigência nefasta dos interesses diários.
Quem é esse ser faminto que anda pelas ruas da cidade? De que ele vive?
Em cada passo, um impulso. Sobrevivência.
Em cada casa, um conforto. Indolência.
De que será que vale o passado? Onde se esboça a imanência? Na mente ou na realidade?
Inverta as imagens, e verá que ainda continua no mesmo lugar. Desespero.
quinta-feira, maio 12, 2011
O barulho pensa?
Esses sons nos trazem uma comunicação muito autêntica que estabelecemos com nós mesmos. Há um sentido subjetivo, às vezes profundo. A música pode até ser uma explicação para outras coisas. Prefiro pensá-la como uma invenção genuinamente humana, expressão da antítese da vida: um caminho fugaz no descaminho.
sexta-feira, maio 06, 2011
Sustentabilidade????
Comentários da internet sobre a propaganda (Renault Fluence):
"É um absurdo uma propaganda que mostra um cara colocando fogo no próprio carro. Em tempos de vandalismo, esse é um péssimo exemplo, principalmente para as crianças que imitam tudo o que veem! Para mim as melhores propagandas são aquelas que conseguem unir beleza, encantamento e boas atitudes para a vida das pessoas. Eu penso que assim conseguem associar suas marcas a coisas legais. Agora eu associo Renault=Irresponsabilidade."
"Qual é o teu problema?Essa é uma das melhores propagandas que eu já vi...propagandas tem que ser engraçadas e chamar a atenção do público...muito criativa,perfeita!Essa propaganda não faz apologia a merda nenhuma,só pode que tu é uma bixinha que quer dar uma de crítico!"
"excelente, parabéns ao pessoal do marketing, uma das melhores propagandas de 2011"
O homem está hoje em dia fascinado pela possibilidade de comprar mais coisas, coisas melhores e, acima de tudo, coisas novas. Está sedento de consumo. O ato de comprar e consumir converteu-se em uma finalidade compulsiva e irracional, porque é um fim em si, com pouca relação com o uso ou o prazer das coisas compradas e consumidas. Comprar a última engenhoca, o último modelo de qualquer coisa que apareça no mercado, é o sonho de todos, em comparação com o que o prazer real do uso é bastante secundário. O homem moderno, caso ousasse falar claramente de sua concepção do céu, descreveria uma visão que pareceria a maior loja de departamentos do mundo, apresentando coisas e engenhocas novas, e ele entre elas com dinheiro bastante para comprá-las. Andaria boquiaberto por esse céu de engenhocas e mercadorias, sendo condição apenas a de que existisse número cada vez maior de coisas novas para ele comprar e, talvez também a de os seus vizinhos serem um pouco menos privilegiados do que ele.