segunda-feira, abril 18, 2011

Admirável mundo instantâneo

Há momentos na vida em que a indecisão é um lugar-comum entre vazios e descrenças. O árido deserto de opções só traz mais inocuidade na vontade fugaz manifestada diuturnamente por pequenos sopros de desespero. Grandes templos de adoração são construídos e modificados ao movimento dos megabytes transmitidos por um computador. Recombinar. Parece ser essa a palavra que mescla os retalhos finos e empobrecidos dessa grande rede de identidades mutantes. Ao mesmo tempo, o sólido ainda persiste. A desigualdade se reforma sob os mesmos moldes. A intolerância se refunda com base nos mesmos princípios segregantes. O mundo ainda é o mesmo: norte/sul, centro/margem, cultura/barbárie, ricos/pobres, brancos/negros, ocidente/oriente, certos/errados. O que há de novo nessa novidade? O que há de vivo nessa liberdade? Os bolsos continuam os mesmos e os muros também.

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